O governo do Estado planeja colocar em operação, no segundo semestre deste ano, um trem turístico entre as cidades de Praia Grande e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. A segunda fase, prevista para começar a funcionar em 2007, estenderia o trecho até a Barra Funda (zona oeste de SP).
Batizado de Trem de Anchieta, o projeto integra o `Caminhos de Anchieta`, que pretende explorar turisticamente os pontos por onde passou o padre. Beatificado em 1980, José de Anchieta alfabetizou filhos de colonos e contribuiu para reduzir os conflitos entre portugueses e as tribos indígenas. Ele chegou ao Brasil em 1553, das Ilhas Canárias, e morreu em 1597.
A Secretaria Estadual do Turismo vai investir R$ 2 milhões na recuperação de trens -quatro carros de passageiros, uma locomotiva e uma automotriz. O Estado negocia com a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) a cessão, em regime de comodato, das composições. O recurso para recuperar os trens está em caixa, mas a intenção é captar dinheiro com empresas, por meio de PPP (parceria público-privada).
O trem, com capacidade para 80 passageiros, deverá sair aos finais de semana da estação da Vila Mirim, em Praia Grande, ao lado do marco zero do santuário dedicado ao Padre Anchieta. Em seguida, passará por Mongaguá, Itanhaém e chegará a Peruíbe. O trajeto, de 62 quilômetros, é plano e margeia parte da SP-55 (Padre Manoel da Nóbrega). A viagem levará duas horas. O preço do ingresso ainda não foi definido.
O projeto prevê a recuperação de oito estações, em parceria com as prefeituras e com o aval da Brasil Ferrovias, detentora da concessão ferroviária em parte da Baixada. A avaliação da secretaria é que os trilhos do trecho estão em bom estado. `Teríamos condições de recuperar os trens rapidamente e ao mesmo tempo trabalhar na recuperação dos trilhos. E as estações precisam de melhorias, mas não é nada que inviabilize o projeto`, afirmou o secretário de Turismo, Fernando Longo.
Disposta a inaugurar o trecho entre outubro e novembro, a secretaria pretende estrear o Trem de Anchieta apenas com a composição automotriz, que dispensa locomotiva. Os demais carros serão reformados aos poucos. A exploração dos trens será delegada a uma entidade de preservação ferroviária. Será a entidade, ainda a ser escolhida, a responsável pela manutenção das composições.
O governo estadual também quer estender o roteiro litorâneo do Trem de Anchieta até a capital. O ponto de partida passará a ser a estação Barra Funda. Pela serra do Mar, o trem chegaria à Praia Grande e, por fim, a Peruíbe, em um trajeto de quatro horas de viagem e 120 quilômetros.
Para entrar em funcionamento, o governo precisa recompor dez quilômetros de trilhos entre São Paulo e Praia Grande. A implantação requer a colocação de bitola estreita entre as estações da Lapa e Barra Funda, de modo a permitir a passagem do trem. A bitola é a distância entre os trilhos.
Segundo o coordenador de turismo ferroviário da secretaria, Fábio dos Santos Barbosa, os trilhos já existem, mas foram retirados pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). `É só recolocá-los, mas é um trabalho que leva tempo`, diz. A pasta quer firmar parceria com a CPTM para recolocação dos trilhos. Segundo Barbosa, uma reunião ocorrerá em fevereiro para discutir o assunto. Por meio da assessoria de imprensa, a CPTM informou que não foi procurada pela Secretaria de Turismo.
Para ser viabilizado, plano depende de parcerias – A burocracia separa o plano do governo paulista, de colocar o Trem de Anchieta em funcionamento, da concretização efetiva.
De acordo com Fábio dos Santos Barbosa, coordenador de turismo ferroviário da Secretaria Estadual do Turismo, duas reuniões ocorrerão em fevereiro para acertar parcerias para o projeto.
O primeiro encontro será marcado entre representantes da Secretaria de Turismo, do Ministério dos Transportes e da RFFSA para discutir a cessão dos trens que rodarão entre Praia Grande e Peruíbe e a autorização para uso da
Fonte: Folha de S. Paulo
Seja o primeiro a comentar