O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB/CE), renovou ontem, em visita ao Recife, a promessa de início das obras da ferrovia Transnordestina. O ministro prometeu que, em até 60 dias, o presidente Lula virá ao Estado para lançar o primeiro trecho da obra, ligando Salgueiro a Missão Velha, no Ceará. O trecho foi escolhido, segundo o ministro, por já contar com projeto executivo e licença ambiental. Não é a primeira vez que o governo Federal promete começar a obra. Em dezembro último, em visita à Suape, o próprio presidente Lula disse que voltaria a Pernambuco em janeiro para lançar a pedra fundamental da obra.
Ontem, o ministro Ciro Gomes justificou o atraso com a alegação de que não se aprovou ainda o Orçamento Geral da União deste ano. “Há três milhões no OGU para as desapropriações e como não tem orçamento aprovado, não podemos gastar”, explicou.
No fim de janeiro, o próprio diretor administrativo da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Jorge Luiz de Mello, prometeu que a obra iria sair do papel e entrar em obras ainda este mês. Na semana passada, a CFN adiou o prazo para o mês de março.
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Depois desse trecho inicial, que precisa apenas da licença de instalação para as obras, a CFN promete continuar com o trecho Salgueiro e Araripina. Somente esse trecho, com 100 km de extensão, custará cerca de R$ 200 milhões. O trecho Salgueiro e Suape, de 600 km, está tendo o projeto básico definido.
Orçada em R$ 4,5 bilhões, a Transnordestina envolve uma complexa engenharia financeira, envolvendo capital dos empreendedores, R$ 900 milhões, e capital de fontes estatais – como incentivos do Finor e FDNE. A malha atual é imprestável e terá que ser refeita para se adaptar a uma tecnologia mais avançada e o trecho ser encurtado. Segundo Jorge Luiz de Mello, na nova Transnordestina, as cargas trafegarão a 60 quilômetros por hora. E o novo traçado vai evitar passar pela Região Metropolitana do Recife, evitando paradas, freios e retomadas de velocidade. “As interrupções tiram a velocidade”, diz.
Ontem, no Recife, Ciro Gomes também prometeu que o governo Federal fará estudos para instalar o ramal de Petrolina, reinvindicação dos produtores de frutas. “Os estudos de cargas de Petrolina já compõem o projeto de viabilidade da ferrovia. Agora, não podemos fazer tudo de uma vez. Vamos começar com o que se pode começar”.
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