Após um primeiro trimestre apresentar poucas encomendas, os fabricantes de vagões projetam para 2006 a produção de 4 mil unidades, contra as 6 mil inicialmente planejadas. Algumas empresas, como a Usiminas Mecânica , esperam que as negociações mantidas atualmente sejam fechadas para aquecer a produção do segundo semestre. Já a Randon tem a expectativa de produzir 700 vagões este ano, 41% a mais que ano passado.
O Grupo Randon iniciou a produção de vagões em 2004, aproveitando o crescimento do setor ferroviário. “O modal ferroviário tem sido um ótimo negócio, e estamos cada vez mais apostando neste nicho”, informa Astor Schmitt, diretor corporativo e de relações com investidores da Randon. No ano passado, a receita líquida da empresa com a venda de vagões foi de R$ 76 milhões.
Este ano deve ficar próxima de R$ 100 milhões. Segundo Schmitt, a produção de vagões já responde por 10% da produção da Randon Implementos. A empresa quer ampliar o número de produtos da área ferroviária e iniciar a exportação destes itens possivelmente este ano.
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A Randon fabrica vagões Hoppler, destinados ao transporte de cereais, com capacidade para até 80 toneladas de carga. A empresa também já desenvolveu um protótipo de vagão-tanque para transporte de combustíveis e óleos vegetais. Atualmente, possui uma parcela de 12% do mercado ferroviário no Brasil.
A Usiminas Mecânica não demosntra o mesmo entusiasmo dos gaúchos. “Estamos com diversas negociações, mas nenhuma ainda concluída”, conta Gustavo Bicalho, gerente de vendas da empresa. “A expectativa é que no segundo semestre as coisas melhorem, mas por enquanto foram poucos os pedidos”, diz. A empresa mineira tem capacidade de produzir mil vagões por ano. Eles não divulgam os números do ano passado, mas os resultados apontavam para um 2006 promissor.
Bicalho conta que as únicas agitações do mercado de vagões até então foram as encomendas de 1,5 mil vagões da Vale do Rio Doce para a Amsted-Maxion , localizada em Cruzeiro (SP), e uma encomenda da America Latina Logística (ALL) para a Randon e a Santa Fé , empresa localizada em Santa Maria (RS) em que a própria ALL possui participação.
A Randon, por meio de sua assessoria de imprensa não confirma a negociação, mas a ALL também por meio de sua assessoria, informa que encomendou 699 vagões para a Randon, 150 para a Santa Fé e ainda 369 para a Amsted-Maxion, totalizando 1.218 encomendas. A empresa faz uma espécie de leasing — na verdade a MRC (empresa do grupo Mitsui) compra o vagão e repassa o aluguel para o cliente da ALL.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) Luis Cesario Amaro da Silveira também confirma as negociações. “Houve uma encomenda da ALL para a Randon e a Santa Fé e também da Vale do Rio Doce para a Amsted-Maxion”, diz. O presidente conta que há pouco tempo a MRC começou a fazer o leasing, comprando vagões e alugando para produtores agrícolas em geral.
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