Apontado como financeiramente viável, entre 64 trajetos pesquisados pelo BNDES, o trecho ferroviário de 140 quilômetros entre Paiçandu e Ibiporã poderá ser reativado para o transporte de 7,4 milhões de passageiros por ano.
A colocação em prática do projeto envolve a administração de 13 cidades e será discutida nesta sexta-feira (5), em Maringá, durante o Seminário Ferrovias Metropolitanas Eixo Maringá-Londrina, previsto para ter início às 9 horas, no Centro de Convenções Araucária.
Coordenado pela Prefeitura de Maringá, por meio da Urbamar, o encontro surgiu de um estudo de viabilidade técnico-econômica de sistemas ferroviários de interesse regional, realizado em todo o Brasil, por encomenda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No estudo feito em 64 trajetos com potencial de exploração, o trecho Maringá-Londrina foi o segundo classificado em termos de investimento e viabilidade financeira.
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Desativado no final dos anos 70, o trem de passageiros percorria a linha férrea de 140 quilômetros que até hoje interliga os municípios de Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã.
De acordo com o estudo do BNDES a proposta é pela implantação de um sistema de transporte ferroviário de massa, feito com veículos leves e rápidos, aproveitando o atual leito ferroviário que dispõe de um fluxo estimado em 7,4 milhões de passageiros por ano.
METRÔ DE SUPERFÍCIE
Em Maringá, a possibilidade do retorno do trem de passageiros coincide com as obras preparatórias que a administração do prefeito Silvio Barros realiza para o rebaixamento da via férrea e abertura de duas pistas rodoviárias ao lado da ferrovia. Será a colocação em prática do projeto de construção da Supervia Leste-Oeste.
O novo eixo rodoferroviário pretende viabilizar o futuro sistema de Veículo Leve sobre Trilho (VLT) – também conhecido como “metrô de superfície” – com aproveitamento da ferrovia e abertura do acesso à estação subterrânea para o transporte de passageiros entre Maringá e cidades da Região Metropolitana.
Em outra etapa, o mesmo sistema de transporte poderá ser estendido para as 13 cidades do eixo Maringá-Londrina.
Essas ações compõem um conjunto de procedimentos tomados pela administração municipal em cumprimento ao plano de obras elaborado há quase duas décadas.
O novo plano urbanístico para a cidade teve início no final dos anos 80 com a remoção do pátio de manobras, que causava congestionamentos e transtornos no trânsito da área central.
Posteriormente, para garantir a segurança da comunidade, foi destinado um local fora do perímetro urbano para a instalação dos depósitos de combustíveis das distribuidoras de petróleo, evitando assim as manobras de vagões na área central.
Para adaptar a ferrovia à área urbana, desobstruir cruzamentos e evitar os acidentes que ocorriam em função da grande circulação de veículos entre as zonas norte e sul, parte da via férrea foi transformada em subterrânea.
As obras para o rebaixamento da linha férrea foram executadas de 1995 até 1999, entre as avenidas 19 de Novembro e Tuiuti. A iniciativa teve a finalidade de eliminar as transposições sobre os trilhos, reduzir a interferência da ferrovia no tráfego urbano e criar novas alternativas para o trânsito na região central da cidade.
O rebaixamento dos trilhos envolveu um trecho de 4,5 quilômetros, exigiu a movimentação de 94,7 mil metros cúbicos de terra e representou a obra mais complexa do projeto.
TÚNEL FERROVIÁRIO
A execução do túnel para a passagem da linha férrea rebaixada foi necessária também para o processo de urbanização do Novo Centro. O trânsito na região central se tornou mais ágil e seguro, adequando a área para empreendimentos imobiliários.
O túnel ferroviário tem uma extensão de 1,64 quilômetro, largura de 17 metros e altur
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