Três meses depois de ser inaugurada pelo ex-governador Joaquim Roriz, a estação do Metrô de Ceilândia foi aberta nesta sexta-feira. Mas, não para toda a população. Os moradores da cidade ainda terão que esperar pelo menos três meses para ter acesso ao transporte. Cerca de 200 estudantes fizeram a primeira viagem da Estação Ceilândia Sul, passando pelo Centro Metropolitano, que também foi aberta, até a Praça do Relógio.
As viagens experimentais com estudantes vão acontecer por duas semanas. Depois, os dois novos ramais serão abertos ao público para a operação branca. Nessa fase, os moradores poderão viajar até a Praça do Relógio, em Taguatinga, sem pagar tarifa. No entanto, o horário de funcionamento será reduzido e as viagens e problemas técnicos poderão acontecer, já que o sistema estará operando em caráter experimental. Somente em outubro os passageiros poderão usar o serviço. A tarifa para cada viagem é de R$ 2. Hoje, 58 mil pessoas utilizam o metrô do Distrito Federal diariamente. A Companhia do Metropolitano do DF, responsável pelo sistema, prevê que a implantação das novas linhas vai ampliar em 12 mil o número de passageiros transportados.
Apesar da nova linha, a população ainda não está satisfeita com o transporte. As principais reclamações estão relacionadas ao horário das viagens e à pequena abrangência do sistema. A estudante Bárbara Lobato, 21 anos, é moradora de Taguatinga e estuda na Asa Norte. Para ela, o uso do transporte é inviável porque não tem integração com o ônibus. “A rota do Metrô tem diversas falhas. Se tivesse um plano melhor de tráfego e horários, certamente nós estudantes usaríamos o transporte”, diz.
A brasiliense Priscila Saraiva, 22, que atualmente mora em São Paulo, reclama dos horários do metrô da capital do País. “Não posso comparar os bairros onde o transporte abrange porque são duas cidades diferentes. Mas, o mínimo que Brasília devia ter é um metrô que funcione à noite, para os estudantes”. Em São Paulo, Priscila conta que sai da faculdade às 10h30 e usa o transporte para voltar para casa. “Já em Brasília, isso seria inviável”, diz. A assessoria de imprensa do Metrô alega que não há demanda de passageiros para aumentar o horário de funcionamento, que hoje é de 6h às 20h.
Gastos
Outro problema que o Metrô enfrenta é o gasto com a manutenção, que hoje é maior que a arrecadação. A Companhia do Metropolitano do DF aponta dois fatores que geram o déficit: ausência de integração com ônibus, que atrairia mais passageiros e o alto custo com a manutenção das linhas e trens. A companhia paga R$ 8 milhões por mês à empresa terceirizada Tc/Br, que faz a manutenção. Além disso, há despesas extras com reparo de equipamentos. Apenas para o conserto de dois trens, a companhia pagou cerca de R$ 584 mil à Tc/Br.
Para reduzir os custos, o metrô contratando funcionários através de concursos públicos. Só com a substituição de seis controladores e um piloto, no início do ano, as despesas caíram em R$ 109 mil.
Obra
Das 29 estações previstas no projeto original, o metrô terminará o ano com 16 estações em funcionamento. Só na cidade de Ceilândia, quatro estão em fase de construção. No Plano Piloto, ainda faltam seis terminais, entre as quadras 102 e 112 Sul. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, as obras estão em andamento, mas a rapidez depende dos recursos disponíveis.
Serviço
A partir da próxima terça-feira (dia 4) até o dia 13 de julho, o Metrô fará passeios experimentais gratuitos da Estação Ceilândia Sul para estudantes e membros de associações culturais. As viagens acontecem sempre às terças e quintas.
Agendamento prévio pelo telefone: 3353 7373
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