A usina siderúrgica da ThyssenKrupp CSA, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, começará a produzir placas de aço que serão exportadas para a Europa e EUA a partir de março de 2009. A pedra fundamental do empreendimento, feito juntamente com a Vale do Rio Doce, foi lançada ontem. O investimento na construção da usina, além de um porto, dois altos-fornos e outras instalações voltadas para a produção, será de C 3 bilhões. A capacidade de produção da usina será de cinco milhões de toneladas de placas. O complexo siderúrgico vai gerar três mil empregos diretos e outros dez mil indiretos.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, destacou que a exportação de placas vai gerar US$ 2 bilhões em divisas: — É um projeto desenvolvimentista, vai criar um pólo de geração econômica e agregar ao cartão de visitas do Rio de Janeiro um empreendimento de sucesso e também uma amostra do que o Estado pode oferecer para investidores brasileiros estrangeiros e, obviamente, ao Brasil. Além disso vai inovar em tecnologias limpas e estará gerando um faturamento anual de US$ 2 bilhões por ano, a maior parte em exportação.
De acordo com o presidente da ThyssenKrupp Steel, KarlUrich Köhler, a siderúrgica é considerada o investimento mais importante da empresa na América Latina: — O fornecimento de chapas de alta qualidade e baixo custo a partir do Brasil vai nos permitir buscar oportunidades de crescimento na Europa e na região do Nafta. O executivo afirmou que os recursos para investimento são da própria empresa. Mas entendimentos com o BNDES, já iniciados, continuam sendo mantidos. O ministro Furlan disse que o BNDES já deu um cheque em branco de mais de US$ 1 bilhão para o projeto.
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Karl-Ulrich disse que a produção prevista para a usina no Brasil cobrirá as necessidades atuais de fornecimento para Alemanha, EUA e região do Nafta (México, Canadá e EUA). Mas a duplicação da capacidade de produção poderá acontecer no futuro se a empresa fechar a compra da usina canadense Nofasco, que pertence à ArcelorMittal, onde a Thyssen tem direito de preferência na aquisição.
Além do negócio com a Dofasco, considerado o foco da companhia, há também a previsão de uma usina de fabricação de pelotas nos EUA. Ambas receberiam placas do Brasil e, com isso, a produção teria de ser duplicada. — Nossa prioridade é executar a aquisição da Nofasco. Se isso for concluído, a produção de placas no Brasil já não será suficiente — disse.
O presidente do Conselho da ThyssenKrupp CSA, Hans-Ulrich Lindenberg, afirmou que a escolha do Rio, precisamente Santa Cruz, levou em conta vantagens logísticas como o acesso direto ao oceano Atlântico, que permite o rápido transporte da produção por mar e também o sistema ferroviário, além da infraestrutura já existente no local e as condições climáticas estáveis na região.
Outro ponto considerado positivo pelo executivo foi a demanda por subprodutos da usina, que poderão ser oferecidos no mercado local, entre eles cimento, eletricidade e gases. Os dois altos-fornos vão gerar 1,4 milhão de toneladas anuais de escória granulada para produção de cimento, e a usina de força terá capacidade instalada de 490 megawatts.
O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, disse que a mineradora vai fornecer oito milhões de toneladas de minério de ferro por ano à siderúrgica.
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