Hoje o transporte coletivo urbano responde por 9,2 milhões de viagens dentro de um total de cerca de 20 milhões de viagens motorizadas e não motorizadas produzidas diariamente no Grande Rio. Isso representa 46% do total, enquanto o transporte individual fica com 17%. É uma ótima divisão na comparação com outras metrópoles brasileiras.
Todavia, apesar da grande oferta de transporte coletivo, o Rio tem um sistema viário pequeno. Somados, os dois fatores certamente gerarão grandes transtornos até 2013, como o aumento dos congestionamentos e do tempo médio de viagem e a diminuição da velocidade comercial. Hoje, o Grande Rio tem 55Km de congestionamentos. Em 2013, terá 133Km, se nada for feito. A velocidade média no transporte individual vai piorar
em 23%.
O tempo médio de viagem no transporte coletivo vai piorar em 36%. Se hoje uma pessoa leva em média 68 minutos de viagem num ônibus, em 2013 levará 82 minutos. A questão é: como se organizar isso de tal forma que se possa ter no futuro uma cidade melhor, com transporte sustentável, que contribua para a melhoria da qualidade de vida.
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Na última edição de Transporte para Todos os cinco candidatados a governador mais bem colocados nas pesquisas responderam a essa pergunta. Três temas se destacaram em suas propostas. A Fetranspor convidou três especialistas independentes para analisar a melhor forma de levar estas propostas à realidade. São Willian de Aquino, diretor regional da Associação Nacional dos Transportes Públicos no Rio (ANTP), e os engenheiros de transportes Sérgio Baloussier e Antônio Luiz Mourão Santana, este um dos autores do Plano Diretor de Transportes Urbanos do Estado do Rio (PDTU).
Willian de Aquino
BILHETE ÚNICO O sistema de transporte de São Paulo, onde o bilhete único foi implantado, tem muitas diferenças em relação ao do Rio de Janeiro. Lá foi estabelecido um subsídio, o que também será necessário para o Rio, se o poder público desejar uma tarifa mais baixa, que não permita o equilíbrio econômico-financeiro das empresas prestadoras de serviço.
Outro ponto a ser considerado diz respeito ao âmbito do projeto. Não há nada que impeça o Governo do Estado de implantar um bilhete único nas linhas intermunicipais, mas o transporte dentro das cidades é uma responsabilidade dos municípios, de acordo com a Constituição Federal. As partes teriam de sentar para discutir interesses comuns, o que talvez envolvesse também a implantação de uma agência metropolitana. Porém, as propostas são muito genéricas e carecem de realidade. A prática tem demonstrado que o que falta efetivamente é vontade política para solucionar o problema da mobilidade urbana, causado por inúmeros fatores, entre os quais o aumento dos custos de operação do transporte, que se agravam com os grandes congestionamentos e a infraestrutura inadequada, a perda de demanda para o transporte clandestino e a necessidade de revisão da política tarifária. Todos esses fatores contribuem para o aumento da tarifa.
O mais importante é discutir um sistema de transporte integrado, e este debate necessita da representação de todos os setores da sociedade para se tornar efetivo e impedir que a população e os operadores sejam prejudicados, o que, no final, acaba por prejudicar a população.
METRÔ DE SUPERFÍCIE – Há uma mistura de conceitos quando se utiliza este termo. O metrô tem este nome não por andar em cima, em baixo ou ao nível da terra. A sua posição em relação ao nível do terreno diz respeito a questões topográficas, geológicas, de urbanização mais ou menos densa, dificuldades ou desvantagens de desapropriações. O metrô tem características de aceleração e frenagem que lhe permitem transportar maiores volumes de passageiros com menor distancia entre as estações. Já os trens de subúrbio têm taxas de aceleração e frenagem menores, mas maior capacidade por composição, sendo recomendados para distâncias maiores entre estações e corredores de
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