Dois importantes gargalos da economia mato-grossense, a rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém) e a Ferrovia Senador Vicente Vuolo (antiga Ferronorte), que estão com suas obras paralisadas há vários anos por falta de recursos, serão retomadas a partir do próximo ano. O anúncio foi feito ontem em Cuiabá pelo coordenador operacional do Plano Nacional de Logística de Transporte do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato e Silva.
Segundo Perrupato, que apresentou o Plano Nacional de Logística no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), a confirmação da retomada das obras da ferrovia, que está parada em Alto Araguaia (462 quilômetros ao Sudeste de Cuiabá), será feita hoje durante encontro do governador Blairo Maggi com o vice-presidente da América Latina Logística (ALL) — multinacional que controla a Ferrovia Senador Vuolo — Paulo Basílio.
O representante da ALL deverá apresentar também o nome da empresa contratada para executar o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do traçado dos trilhos até à Capital do Estado.
A construção da Ferrovia Senador Vuolo tem um custo estimado em cerca de R$ 500 milhões apenas no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá. Só para a realização do EIA/Rima são necessários mais R$ 2 milhões. Os trilhos estão parados desde 2002 e podem chegar a Cuiabá num período de cinco a 10 anos, se não faltarem recursos para tocar a obra.
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BR-163 — Considerada uma das obras prioritárias do governo do Estado, já que permitirá a saída da produção estadual via porto de Santarém (PA), a rodovia deverá ter suas obras retomadas pelo Ministério dos Transportes em 2007.
Até agora, de acordo com Perrupato, já está acertada a pavimentação de um trecho de 380 quilômetros, dos quais 80 quilômetros em território mato-grossense e o restante no estado do Pará. O projeto de asfaltamento será dividido em quatro trechos. O primeiro será de 80 quilômetros e os demais de 100 quilômetros cada um.
Para a implantação desses quatro trechos já estão alocados R$ 350 milhões, aplicados unicamente pelo governo federal.
Perrupato informou que o governo não definiu ainda qual o sistema a ser adotado para o asfaltamento do restante da rodovia, em território paraense. “Os estudos mostram que serão necessários mais R$ 810 milhões para a retomada e conclusão do restante das obras”, revela o representante do Ministério dos Transportes.
Ele disse que enquanto não se define se a obra será ‘tocada’ pelo governo, pelo sistema de parceria com a iniciativa privada ou mesmo por meio de licitação pública, o Ministério dos Transportes deu largada à construção das pontes, que estão sendo implantadas pelo Exército, por meio de batalhões de engenharia de construção. No total são 70 pontes contratadas pelo Exército, sendo que 17 delas já estão com obras em andamento.
Estudos realizados pelo Instituto Militar de Engenharia apontam que as obras da BR-163 deverão estar concluídas num período de três anos, ou seja, se retomadas no próximo ano, em 2010.
OUTROS PROJETOS — O coordenador operacional do Plano Nacional de Logística de Transporte revelou que o Ministério dos Transportes tem outros projetos estratégicos para Mato Grosso, como o apoio à pavimentação das MTs 242 e 235 e das BRs 158 e 364, esta última ligando Cuiabá a Porto Velho.
“Vamos ter uma participação decisiva na implantação de muitos trechos dessas rodovias. Já existe um planejamento que prevê ações em rodovias estratégicas para o desenvolvimento de Mato Grosso”, reforça Perrupato.
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