Ainda não foi desta vez que empresários, produtores e a sociedade civil organizada do Estado puderam comemorar o anúncio do cronograma de início e conclusão dos trilhos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo até Cuiabá. O que ficou estabelecido em mais uma reunião, é que a atual controladora da malha férrea, a América Latina Logística (ALL) vai reavaliar a expansão dos trilhos dentro do Estado para ter a confirmação da viabilidade financeira do trecho até a Capital.
Sem querer “criar falsas expectativas”, o diretor da ALL, Paulo Basílio, fez questão de ressaltar que a continuidade do projeto não será custeada com caixa próprio. “Nosso know how é operar. Damos produtividade ao sistema. Os trechos só sairão do papel por meio de parcerias”, sentencia.
Dentro da postura de ser realista, Basílio apresentou ontem, durante reunião realizada no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), um cronograma de trabalho interno dividido em cinco fases que será decisivo para continuidade dos sonhos da chegada dos trilhos a Cuiabá.
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A curto prazo, a ALL se comprometeu a contratar uma empresa para definir o traçado (atualmente existe o original e uma nova proposta) e estimar custos. “Ainda não sabemos que traçado será empreendido, temos de conhecer o tamanho dele”, exclama Basílio. Isso vai acontecer até dezembro, conforme o executivo. A etapa seguinte é a obtenção de financiamento. “Por meio de um projeto, aí sim, poderemos buscar apoio financeiro, como por exemplo, junto ao BNDES”. A terceira etapa prevê a contratação do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), inclusive com as projeções de custos de compensação ao meio ambiente. Estudo que deverá levar cerca de três meses. A quarta etapa será voltada para execução do projeto, traçado e custos e a última fase, o início da obra física. Basílio não falou em datas, além da previsão de três meses para execução do EIA/Rima.
O executivo afirma que a expansão da linha no Estado depende de várias análises. “Enxergamos a importância dos trilhos. Se forem viáveis serão construídos. Não posso agora queimar etapas e fazer anúncios, seja de data ou de cifras. Aliás, o custo precisa ser redimensionado para provar que as contas vão fechar. Temos que trabalhar com a realidade”. Ele observa que é justamente a viabilidade financeira da obra é que vai atrair parceiros ao projeto.
Basílio foi contundente ao dizer que o contrato de concessão sobre a ferrovia não permite o transporte de passageiros. A proposta foi uma das sugestões apresentadas pelo Fórum Pró-Ferrovia, que pretende criar uma ponte-férrea entre Cuiabá e Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá). “Nosso contrato de concessão não permite o transporte de passageiros”, frisa Basílio. Mas, segundo ele, por meio da constituição de uma empresa voltada para esta finalidade seria possível esta abertura.
Apesar de alguns estudos prévios e antigos do projeto mostrarem a viabilidade do modal ferroviário, Basílio insiste que a ALL tem “compromisso com os seus acionistas”. A projeção de que com a vinda dos trilhos para Cuiabá o transporte anual de cerca de 6 milhões de toneladas (t) – estimativa para este ano – seria elevado para 14 milhões/t, não são suficientes para a tomada da decisão.
AVALIAÇÃO – O que estava previsto para a reunião era a apresentação, por parte da ALL, do nome da empresa que faria o EIA/Rima. Mesmo assim, o presidente do Fórum, Francisco Vuolo – filho do ex-senador Vicente Vuolo – o avanço dos trilhos significa a inserção da região em um cenário de desenvolvimento. Na avaliação do defensor da chegada dos trilhos até a Capital, a reunião de ontem foi extremamente satisfatória, pois há cerca de nove anos, o Fórum vem lutando para ter um cronograma que revele prazos e compromissos para com o projeto, principalmente em relação ao EIA/Rima.
“O projeto vive há mais de 30 anos, esperamos uma década pela construção da ponte rodo ferroviária entr
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