Cerca de 20 representantes de partidos políticos e do Sindicato de Metroviários de São Paulo protestaram novamente, na manhã desta segunda-feira, contra a Parceria Pública Privada (PPP) da Linha 4 do Metrô (Luz-Vila Sônia).
O grupo, que portava faixas contra a privatização da linha, esteve na estação por volta das 11 horas, depois da vistoria do governador Cláudio Lembo (PFL) às obras no ramal.
Segundo o sindicato, os manifestantes, liderados pelo presidente da categoria Flávio Godoi, conversaram com o governador, que aceitou marcar uma audiência para a semana que vem para a entrega de um abaixo-assinado com mais de 50 mil assinaturas contra a privatização.
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Na próxima semana, o sindicato pretende entrar novamente na Justiça contra a PPP da Linha 4. A categoria teme pelo corte de benefícios e desemprego dos metroviários no futuro ramal, além de a parceria poder aumentar o valor da passagem do Metrô uma vez por ano na linha explorada, conforme prevê o contrato.
A preocupação do sindicato está presente também na questão da segurança da população. A Linha 4 foi concebida com um quadro enxuto de funcionários, segundo o sindicato, tanto que não haverá operador na frente das composições, o que poderá trazer riscos aos usuários em caso de emergências, e cada estação terá apenas um funcionário, pois todos elas serão totalmente automatizadas.
Nova fase
As obras da Linha 4 entram nesta segunda-feira em nova fase. Às 11h, pela primeira vez desde o início dos trabalhos de construção, iniciados em 2004, duas frentes de escavação se encontraram e se transformaram em um único túnel, que passará por baixo do Rio dos Pinheiros. Há 27 frentes de trabalho em andamento atualmente.
O encontro ocorrerá na Rua Capri, em Pinheiros, Zona Oeste da Cidade, local onde da futura Estação Pinheiros. Com a ligação dos túneis, vai ser concluída a escavação entre o ponto em que ficará a futura Estação Butantã (na Avenida Vital Brasil) e a Rua Ferreira de Araújo, em Pinheiros, onde fica um poço de obras. Isso vai possibilitar o trânsito de máquinas e funcionários de uma margem a outra do rio, sem interferências externas, afirma o presidente do Metrô, Luiz Carlos David. Ainda faltará o acabamento dos túneis.
O megatatuzão adquirido na Alemanha pelo Metrô, especialmente para a escavação de 6,4 km dos 12,8 km que terá a linha, começa a operar apenas em janeiro, e ficará responsável por seguir do Largo da Batata (Pinheiros) até a Luz.
Até agora, o método utilizado na abertura dos túneis é o NATM (New Australian Tunneling Method), que prevê, além de trabalhos manuais, o uso de explosivos na abertura dos túneis.
No total, o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4, já escavou 3,5 km de túneis, contando os poços onde ficarão as estações e as vias.
A operação comercial da primeira fase da Linha 4, que terá 14 trens e seis estações, está prevista para dezembro de 2008. A demanda prevista é de aproximadamente 704 mil passageiros por dia. Já estarão, nessa etapa, abertos todos os 12,8 km da extensão total da linha.
As outras cinco estações devem estar completamente concluídas em 2012.
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