Se o governo cumprir o orçamento de Infra-estrutura para o ano que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá colocar em prática seu plano para a economia crescer 5% a partir de 2007. O relatório setorial de Infra-estrutura, aprovado ontem pelo sub-relator, Pedro Novais (PMDB-MA), destinou R$ 8,1 bilhões para investimentos em Transportes, Minas e Energia e Comunicações. A maior fatia, de R$ 7,1 bilhões, irá para investimentos em rodovias, ferrovias, portos e metrôs.
A prática dos últimos anos, no entanto, tem demonstrado que o governo não cumpre o que está no orçamento. Por força do ajuste fiscal, a maior parte dos recursos para investimentos fica retida nos cofres do Tesouro Nacional. Neste ano, por exemplo, a previsão de investimento em transportes era de R$ 4,7 bilhões. Apesar de ano eleitoral, o governo liberou apenas R$ 3,6 bilhões, quase R$ 1 bilhão a menos. Em 2005, o orçamento destinou R$ 5,3 bilhões para Infra-estrutura, mas os investimentos realizados foram de pouco mais de R$ 2 bilhões.
– Este ano tem que ser diferente. O governo não tem outra saída – disse Novais. – Esse negócio de Bolsa-Escola foi legal no período pré-eleitoral, agora não cola mais. É preciso investir para gerar empregos.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O relator explicou que dos R$ 7,1 bilhões previstos para transportes no ano que vem, cerca de R$ 4,5 bilhões virão do chamado Projeto-Piloto de Investimento (PPI), que permite ao governo gastar até 0,5% do PIB sem que isso prejudique o superávit primário (a economia que o governo tem que fazer para pagar juros). Pelo sub-relatório, que deverá ser votado no plenário da Comissão de orçamento amanhã, os investimentos em Minas e Energia serão da ordem de R$ 575 milhões e em Comunicações, R$ 507 milhões.
Pelo sub-relatório, as rodovias terão, no próximo ano, R$ 4,6 bilhões; os portos R$ 405 milhões; as hidrovias R$ 191,7 milhões; ferrovias e metrôs, R$ 569,9 milhões. O Corredor Expresso Tiradentes (fura-fila de São Paulo), R$ 104,7 milhões.
Os empresários estão otimistas. Eles acreditam que o presidente está determinado em fazer deslanchar a economia. O presidente da Câmara Brasileira da Construção, Paulo Godoy Simão, acredita na convicção de Lula.
– O presidente está empenhado pessoalmente em destravar a economia. Acho que, a partir de agora, tem tudo para deslanchar – disse Godoy.
Seja o primeiro a comentar