Maior fabricante de vagões ferroviários do País, a Amsted Maxion quer expandir atuação no mercado internacional para compensar o baixo volume de encomendas das concessionárias brasileiras. As demandas internas foram de 3,5 mil unidades em 2006, menos da metade das 7,5 mil unidades do ano anterior. Sem perspectivas de recuperação do mercado interno antes de 2008, a empresa quer elevar para 50% a participação das exportações na receita bruta, frente aos atuais 15% a 30%.
O crescimento das vendas para o exterior vai dar-se, principalmente, pela América Latina e África Ocidental, onde os vagões e componentes ferroviários – como rodas, truques e engates – têm preço competitivo por causa da logística de entrega. A empresa também pretende aumentar vendas para os Estados Unidos, onde tem suporte do sócio americano Amsted Industries. O Leste Europeu e a Ásia estão nos planos, ainda que com menor relevância, ao lado do Oriente Médio.
Não estamos trocando o mercado interno pelo internacional. Estamos aproveitando nossa vocação para exportar. Também é forma de aproveitar a ociosidade que temos na fábrica, que pode produzir até 10 mil vagões ferroviários por ano, afirmou Vicente Abate, diretor de Vendas e Marketing da Amsted Maxion, acrescentando que a empresa tem buscado reduzir custos para combater o câmbio desfavorável aos exportadores, de modo a competir com produtores chineses, indianos e americanos.
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Mauritânia
O diretor disse que fornece os vagões com competitividade maior para a Mauritânia, país do Norte da África, do que um produtor de vagões localizado ao sul do continente, pela facilidade de entrega. Atualmente, a fabricante executa contrato para exportação de rodas de vagões para a Arábia Saudita, mas valores e volume de contrato não foram revelados. Os setores de commodities minerais e agrícolas são os maiores demandantes de vagões ferroviários, por isso o interesse da empresa nos respectivos mercados.
Estamos participando de diversas concorrências internacionais. Temos algumas vezes, inclusive, a presença de outras empresas brasileiras. Basicamente, atuamos com representantes comerciais, disse Abate, acrescentando que a empresa tem entre seus clientes internacionais gigantes como General Eletric, Caterpillar, Madison, Komatsu, além de outras. O aumento de nossas exportações poderá, inclusive, melhorar a rentabilidade da operação e aumentar nossa competitividade também no mercado interno, acrescentou.
A Amsted Maxion produziu pouco mais de 3 mil vagões no ano passado, dos quais 2.174 unidades foram entregues no primeiro semestre. O total destas encomendas representa uma venda de R$ 562 milhões, segundo informou em comunicado ao mercado a acionista brasileira da empresa, Iochpe-Maxion, que detém 50% do capital social.
O que houve em 2006 foi acomodação. Esperamos para 2007 encomenda de 1,5 mil unidades ao setor e, a partir de 2008, demandas médias anuais de 3 mil a 4 mil vagões, disse o executivo.
A empresa compensou as poucas encomendas de unidades novas no ano passado aumentando o serviço de reforma de vagões, no qual atendeu à demanda por reparos da Brasil Ferrovias, depois que ela foi adquirida pela concessionária América Latina Logística (ALL). O volume de reparos ainda foi relativamente pequeno no ano passado: 100 unidades. Neste ano, contudo, a empresa deverá reformar cerca de 1 mil vagões, incluindo desta vez encomendas da MRS Logística, concessionária da região Sudeste.
Uma das apostas da empresa para 2007 é o vagão multi-cargas, que tem dois truques e seis eixos. O protótipo, que foi testado na malha da ALL, possibilita um aumento de capacidade de 60 toneladas (no modelo com dois truques e quatro eixos) para 84 toneladas.
O novo vagão permite o aumento da tonelagem bruta em cerca de 40% e pode trafegar em linhas de baixa capacidade. O vagão possui fundo móvel para descarga de granel e que, ao ser fechado, permanece como
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