O pagamento dos salários dos funcionários até o quinto dia útil de cada mês está entre as prioridades da nova gestão da Ferroeste – Estrada de Ferro Paraná Oeste. A afirmação é do presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, que coordenou, nesta segunda-feira (22), a primeira de uma série de reuniões ampliadas da diretoria da empresa de sociedade mista. “Esse item é um dos principais alicerces do entendimento firmado com a categoria no Ministério Público do Trabalho (MPT)”, destacou.
A operação da ferrovia é considerada essencial pelo governador Roberto Requião, que, segundo Samuel, determinou alterações no orçamento do Estado para garantir à Ferroeste os recursos necessários à operação. A empresa é responsável, desde 18 de dezembro de 2006, pelo transporte nos 248 quilômetros da linha férrea entre Cascavel e Guarapuava – Oeste ao Centro Oeste do Paraná.
No encontro, o presidente da Ferroeste recebeu a informação de disponibilidade de caixa para garantir os vencimentos do quadro. A maioria dos trabalhadores teve o contrato com a antiga subconcessionária prorrogados por seis meses. A solução, negociada no MPT, teve acompanhamento do administrador judicial da massa falida da Ferropar – Ferrovia Paraná, Augusto Antônio de Conto, da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) e representantes dos sindicatos dos trabalhadores e maquinistas ferroviários do Paraná e Santa Catarina.
Nos próximos dias, a Ferroeste vai iniciar estudos para o concurso público e cursos de capacitação aos trabalhadores. No entendimento com a categoria, ficou definido prazo de seis meses para a contratação definitiva e formação técnica do quadro atual. “Vamos promover um levantamento mercadológico e ver quais áreas têm maior demanda por mão-de-obra na região onde os trabalhadores residem. A idéia é garantir ocupação aos não aprovados nos exames”, destaca Samuel.
Planejamento – Os investimentos para melhorar e ampliar a capacidade de transporte da ferrovia foram pontuados durante a reunião. Entre os itens destacados está a inclusão dos pequenos produtores, um terminal de containeres, ampliação da linha férrea, trechos ferroviários no litoral e em Foz do Iguaçu e alternativas para suprir a demanda de vagões e locomotivas.
A construção de um silo, com capacidade para 120 mil toneladas, vai possibilitar o recebimento de cargas dos pequenos produtores do Oeste, detalhou o presidente. A Ferroeste estuda ainda duas propostas, uma envolvendo a ALL (América Latina Logística) e a Standard Logística e outra da Logibrás, para a instalação de terminal de containeres para frigorificados e óleo vegetal. Ambas as estruturas estarão junto ao terminal ferroviário de Cascavel.
Em relação ao braço da ferrovia até Foz do Iguaçu, Samuel abordou a preocupação da Ferroeste para que a segunda ponte, ligando Brasil e Paraguai, seja rodoferroviária. “Este fato iria garantir maior integração entre os países. Caso a ponte seja apenas rodoviária, as possibilidades da ferrovia chegar a Foz do Iguaçu serão reduzidas”, declarou. As propostas dos projetos para a ponte serão recebidas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte) em 5 de fevereiro.
A Ferroeste também projeta participar das discussões na implantação dos portos intermodais de Foz do Iguaçu, que vão integrar o transporte rodoviário, hidroviário e ferroviário. A ligação ferroviária até o Porto do Mercosul, em Pontal do Paraná (litoral do Estado) e estudos para aquisição própria de vagões e locomotivas vão integrar o leque de ações da direção nos próximos meses.
Na próxima reunião, a Ferroeste vai discutir o Plano Diretor do terminal de Cascavel e o porto-seco que funciona no terminal de Cascavel. O encontro desta semana contou com a presença do diretor de Produção, Saulo de Tarso Pereira, e do representante do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), o economista Nelson Soffiat
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