Os investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles fecharam a compra de ações da América Latina Logística que pertenciam a fundo da GP Investimentos e, com isso, entraram no bloco de controle da concessionária de ferrovias.
A aquisição foi feita por meio da Hana Investments LLC, com sede no paraíso fiscal de Delaware, nos Estados Unidos. A Hana é um veículo de investimentos do 3G Fund, que reúne recursos dos três investidores e é gerido por Alexandre Behring, justamente o ex-presidente da ALL, que atualmente co-preside o conselho da empresa.
As ações vendidas pertenciam ao fundo GP1 da GP Investimentos, cujo prazo de duração já venceu. A GP ainda se mantém no bloco de controle da ALL por meio de investimentos feitos pelo fundo GP2. Detém 18% das ações ordinárias vinculadas ao bloco controlador (51% das ações ON estão vinculadas ao bloco de controle).
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Embora o transação tenha sido comunicada como venda, alguns analistas chegaram a especular se não seria apenas uma transferência, já que sempre se suspeitou que os três investidores ainda mantinham recursos aplicados nos fundos da GP, mesmo depois de terem saído do controle do fundo de private equity nos últimos anos.
No total, o fundo GP1 se desfez de 11,9% do total das ações ordinárias da ALL (11,9% de 100% das ONs), o equivalente a 4,1% do seu capital total e cerca de 24% das ONs vinculadas ao bloco de controle.
Mas nem todos os papéis foram para o 3G, porque acionistas que já controlam a ALL exerceram o direito de preferência para comprar parte das ações da GP. Foram eles: Delara, BNDES Par, Previ e Funcef.
Depois da transação, cujo valor não foi revelado, a Hana (3G) ficou com 15,90% das ONs que integram o bloco de controle. Delara ficou com 11,33%, BNDES Par com 16,81%, Funcef com 5,79% e Previ com 6,04% (GP ainda com 18%).
Segundo a ALL, a transação representa a volta de antigos sócios que conhecem a companhia. Os três investidores controlavam a GP quando o fundo adquiriu a concessão da Malha Sul da Rede Ferroviária Federal, privatizada em 1997, que deu origem à ALL. Alexandre Behring, que era da GP, foi destacado em 1997 para presidir a concessionária recém-adquirida e esteve à frente da companhia até o fim de 2004. Como a transação implica em mudança de controle de uma concessionária, ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
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