O presidente da Ferroeste – Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A, Samuel Gomes, repassou nesta sexta-feira (5), R$ 72,3 mil referentes ao pagamento de salários e direitos trabalhistas dos 101 funcionários da ferrovia que liga Cascavel à Guarapuava. O cheque administrativo foi entregue ao administrador judicial da massa falida da Ferropar – Ferrovia Paraná, Augusto Antônio de Conto, durante audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) em Curitiba. Os valores são referentes aos salários e direitos trabalhistas do período de 18 a 31 de dezembro de 2006.
“Na próxima segunda-feira (8) vou depositar o cheque e tão logo o dinheiro seja liberado, será repassado aos funcionários”, garantiu o administrador judicial. O ato, mediado pelo procurador do Trabalho Ricardo Bruel, contou com a presença de representantes dos sindicatos da categoria (Trabalhadores em Empresas e Maquinistas Ferroviários do Paraná e Santa Catarina), da Delegacia Regional do Trabalho do Paraná (DRT-PR) e da Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná).
O pagamento aos funcionários que mantêm a operação nos 248 quilômetros da linha férrea foi possível devido à prorrogação dos contratos trabalhistas com a antiga concessionária. A alternativa, proposta quarta-feira (3) pelo procurador do Trabalho, agradou todas as partes envolvidas na negociação. Na audiência desta sexta, pela primeira vez a Codapar se fez representar pelo diretor de Administração, Sidney Pinheiro Gonçalves. A companhia mantém três funcionários nas mesmas condições da Ferroeste.
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De acordo com o Termo de Compromisso de Ajustamento, tanto a Ferroeste como a Codapar ficam comprometidas a pagar salários e direitos trabalhistas dos funcionários a partir de 18 de dezembro de 2006. O prazo estabelecido pelo MPT é de seis meses, período em que as duas empresas de economia mista deverão organizar e promover concurso público para contratação dos servidores. A prorrogação dos contratos está amparada na Lei de Falências, “desde que favoreça a massa falida”, frisou Bruel.
Denúncia – “Agora que superamos esta fase do acordo para garantir a operação da ferrovia, vamos enfrentar esta quadrilha de picaretas da Transferro (Operadora Multimodal S.A.)”, declarou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. A empresa, responsável pela locação das locomotivas e vagões para a ferrovia, segundo ele, é de propriedade dos mesmos donos da extinta Ferropar.
“Agora eles ameaçam a retirar a frota da ferrovia. Este é mais um ato de sabotagem contra os produtores do Oeste como à economia do Paraná”, denunciou. Samuel foi conduzido à presidência da Ferroeste pelo Conselho de Administração, durante reunião na manhã desta sexta. Ele vai responder ainda pela parte jurídica da empresa. A funcionária de carreira Clarice Alves Soavinsky é a nova diretora administrativa e financeira da Ferroeste. O diretor técnico Leopoldo Campos permanece no cargo.
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