Um dia depois de o governador Roberto Requião assinar decreto determinando a requisição dos vagões e locomotivas da Ferrovia Tereza Cristina e sua subsidiária, a Transferro Operadora Multimodal, lideranças de produtores e entidades ligadas ao setor ferroviário avaliam como fundamental a continuidade da operação da Ferroeste (entre Cascavel e Guarapuava).
A decisão do governador foi motivada principalmente pela ameaça das proprietárias de remover a frota, impedindo o transporte da safra agrícola nos 248 quilômetros de trilhos da ferrovia. A manutenção do serviço é essencial para a região, avaliou o diretor de Assuntos de Comércio Exterior da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Rafael Salvatti.
Segundo ele, a operação não pode ser interrompida em função das adaptações para o transporte ferroviário, promovidas pelos empresários. Os trilhos foram construídos com muito sacrifício e há muito tempo eram esperados. As empresas tiveram que mudar suas estruturas internas, explicou. Se parar agora, todos teriam que voltar atrás, com isto ficaria inviabilizado o planejamento já colocado em prática, avaliou.
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Salvatti informou que a Acic, junto com a Ferroeste e iniciativa privada, estuda a construção, a partir de março ou abril, de um terminal para contêineres que vão viabilizar o transporte de cargas frigorificadas. Se o sistema parar, tudo vai por água a baixo, sentencia.
Para a região é fundamental manter a ferrovia do Oeste até Paranaguá, assegura Alceu da Silva Moura Filho, gerente da Eadi (Estação Aduaneira do Interior) que administra o Porto Seco de Cascavel. Segundo ele, não pode interromper o transporte ferroviário. O governo de uma maneira ou outra tem que continuar, por isso é importante que a Ferroeste continue com os vagões e locomotivas. De acordo com Moura Filho, se parar a operação, vai atingir diretamente os agricultores da região.
O gerente da Eadi-Cascavel defendeu ainda a conclusão do pátio da Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná). A estrutura, que está sendo instalada ao lado do terminal da Ferroeste de Cascavel, já conta com os trilhos e dormentes cedidos em parceria pela Ferroeste. Agora, para melhorar para a região só falta a conclusão das obras, que estão sob responsabilidade da Codapar, afirmou.
FÔLEGO – Este transporte ferroviário é fundamental e se não tiver uma frota emergencial ele vai parar, alertou o presidente do Conselho dos Usuários da Ferroeste, Alcides Cavalca. De acordo com ele, o decreto do governador Requião vai dar fôlego para ver outras empresas locadoras de vagões e locomotivas. Parar agora, a 10 dias da colheita da produção, vai afetar diretamente toda a economia da região porque todas as cooperativas se utilizam deste meio para fazer o transporte.
Para o consultor do Conselho dos Usuários, Lino Campos Gomes, a continuidade da Ferroeste é um reflexo altamente positivo para a região Oeste. A ferrovia está sendo um elemento importantíssimo em termos de custos e confiabilidade e rentabilidade para os produtores. De acordo com ele, o modelo ferroviário é o mais econômico para escoamento da produção e importação de insumos necessários a agricultura.
Isso sem contar que ela reduz o desgaste das rodovias e evita congestionamento nas vias de acesso ao Porto de Paranaguá, detalha. Para Gomes, a Ferroeste é um projeto que não pode parar. A ferrovia garante a integração do Oeste com as demais regiões do país e do mundo. É preciso que a sociedade entenda que este é um projeto de todos e manter a operação da ferrovia dela é vital, encerrou.
APOIO – O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Paraná e Santa Catarina (Sindifer), Ênio Prestes, disse que a entidade defende o direito dos funcionários e a manutenção dos direitos já negociados com a Ferroeste. Se o governo precisa requerer os vagões e locomotivas para continuar operando, o sindicato apóia, revela. De acordo com e
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