A Ferroeste ampliou os debates para garantir que pequenos e médios agricultores da região Oeste do Paraná possam usufruir de forma permanente a estrutura da ferrovia que liga Cascavel a Guarapuava. O presidente Samuel Gomes participou, no Núcleo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Cascavel, de um encontro onde foram debatidas várias questões relacionadas à infra-estrutura fundiária regional. O ato contou com participação de representantes do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Deral (Departamento de Economia Rural) e do Conselho de Usuários da ferrovia.
“Queremos criar um vínculo para que os produtores possam utilizar ao máximo a ferrovia, sem sazonalidade, período compreendido como entressafra”, revelou Samuel. Segundo ele, a medida atende uma recomendação expressa do governador Roberto Requião para democratizar todos os serviços oferecidos pelo Estado.
A iniciativa passou a ser discutida em meados de dezembro de 2006, quando a gestão dos trilhos retornou à Ferroeste – Estrada de Ferro Paraná Oeste por decisão judicial, depois da falência do grupo privado que detinha a sub-concessão. Os 248 quilômetros de trilhos entre Cascavel e Guarapuava foram construídos de 1991 a 1994, na primeira gestão do governo Requião, em parceria com o Exército Brasileiro, ao custo de US$ 363 milhões, recursos próprios do Estado.
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A proposta defendida pela Ferroeste prevê a construção de um silo com capacidade de estocagem de até 120 mil toneladas dentro do terminal ferroviário da BR-277 em Cascavel. A estrutura, com custo estimado em R$ 20 milhões, será de uso exclusivo dos pequenos e médios produtores e cerealistas em regime associativo e vai refletir em menor custo tarifário para os usuários. A Ferroeste vai reivindicar, junto à superintendência do Porto de Paranaguá, espaço exclusivo para armazenagem dos produtos no silo público.
Diagnóstico – Durante o encontro o presidente da Ferroeste recebeu um levantamento detalhado da situação sócio-econômica do produtores das microrregiões de Cascavel e Toledo. “Este estudo tem como foco principal a estrutura fundiária, sistema de produzação e comercialização das safras”, revelou a economista Jovir Vicentine Esser, técnica do Departamento de Economia Rural da Seab.
De acordo com ela, aproximadamente 90% das propriedades rurais avaliadas possuem até 50 hectares de área. Este limite é usado como indicativo para classificar pequenos e médios produtores. “Foi uma reunião muito proveitosa onde colocamos toda estrutura nossa à disposição para facilitar o escoamento da produção agrícola. Os dados repassados vão subsidiar ainda na retomada da ferrovia e do porto seco”, acredita.
A Secretaria Estadual da Agricultura também repassou ao presidente da Ferroeste informações indicando os municípios com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na área pesquisada. No encontro, Nelson Sofiati representou o BRDE e Lino Campos Gomes o Conselho de Usuários da ferrovia.
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