O trecho da Linha 3 que ligará a estação Leopoldina do Barreto ao Centro de Niterói ganhou na última semana contornos definidos. De acordo com o subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, o trajeto foi acertado entre estado e prefeitura, que aprovou como o prémetrô — solução mais barata que substituirá os metrôs do projeto original — circulará pela cidade.
Ele diz que a obra pode ser realizada em 24 meses, mesmo tempo de implantação do pré-metrô entre o Barreto e Itaboraí, que custará cerca R$ 200 milhões, enquanto o projeto do metrô estava orçado em R$ 1,3 bilhão.
— Já nos adequamos à lei municipal e criamos um trajeto todo pelo chão, sem elevados e só com um pequeno trecho de 300 metros subterrâneo, próximo a um dos acessos à Ponte. É possível fazer o pré-metrô dessa forma porque os trens não trafegam em alta velocidade — explica.
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Segundo a secretária municipal de Serviços Públicos, Trânsito e Transportes, Dayse Monassa, o pré-metrô sairá do Barreto, passará sob os anéis da Ponte Rio-Niterói e seguirá até a Avenida Feliciano Sodré, por meio de um mergulhão. Ao longo da avenida, em direção ao Centro, ele prosseguirá pelo lado direito, junto à calçada.
Depois, seguirá até o Terminal João Goulart, passando pela Avenida Plínio Leite e em frente ao Caminho Niemeyer. O retorno será pela Rua Saldanha Marinho. Todo o percurso será feito junto ao trânsito.
Sem elevados, projeto do metrô fica mais caro
O subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, afirma que a exclusão de elevados do projeto tornará a obra definitiva do metrô, ainda sem prazo, pelo menos R$ 100 milhões mais cara. Inicialmente o projeto da Linha 3 previa elevados no Centro de Niterói, o que foi alvo de resistência por parte da prefeitura, principalmente por causa do Caminho Niemeyer.
Diferentemente dos trens do metrô, os do pré-metrô têm uma capacidade pequena, cerca de cem mil passageiros por dia — o metrô levaria 470 mil passageiros por dia. Segundo o subsecretário, a diferença poderia ser compensada com uma integração de barcas.
O estudo original, de 1991, incluía a construção de uma estação no Porto da Madama, em São Gonçalo, integrada à Linha 3. Os passageiros dos trens já desceriam dentro da estação hidroviária.
— Isso é feito com sucesso em muitos lugares do mundo.
Temos que ver se o Porto da Madama ainda é o local ideal ou se podemos fazer em outro.
A integração poderia aumentar o número de passageiros, porque há um fluxo grande de pessoas que vão de São Gonçalo para Niterói e outras que vão de São Gonçalo para o Rio.
Quem fosse para o Rio faria a integração com a barca em São Gonçalo, abrindo espaço para quem quer ir para Niterói — explica.
Mas a concessionária Barcas S/A afirma, por meio da assessoria de imprensa, que a concorrência com o prémetrô torna inviável novos investimentos, como a construção de uma estação em São Gonçalo.
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