Vice-líder do Partido Republicano (o PR que substituiu o PL), o deputado federal Sandro Mabel acredita no sucesso do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, lançado pelo presidente Lula. “O governo federal vai ter alguns bilhões em saneamento e alguns bilhões em habitação. Se perdemos esse trem, não vamos pegar outro nunca mais”, afirma Mabel, que reivindica a presidência da Saneago para o PR. Filho de Nestore Scodro, fundador da fábrica de bolachas Mabel, e Maria Luíza Scodro, Sandro Mabel Antônio Scodro nasceu em 31 de dezembro de 1958, em Ribeirão Preto. Na década de 80, passou a comandar a filial da indústria Mabel em Goiânia e, em 1986, filiou-se ao PMDB. Deputado estadual e candidato a prefeito de Goiânia em 1992 (perdendo para Darci Accorsi, então no PT), Sandro Mabel elegeu-se deputado federal em 1994. Não se candidatou em 1998, voltando à Câmara Federal em 2002 e reelegendo-se no ano passado. Em visita ao Jornal Opção, na segunda-feira, 9, Sandro Mabel falou sobre a formação do secretariado de Alcides e defendeu o governo Lula, que, segundo ele, tem feito muitas obras em Goiás. “O presidente disse que vai investir muito no Entorno de Brasília. Mabel está lendo O Mundo é Plano, de Thomas Friedman. “Esse livro retrata o mundo que estamos vivendo. Mostra a terceirização, que a tecnologia possibilita. Índia, Rússia e China criaram legislações que possibilitam terceirizar serviços dos Estados Unidos”, explica. Para 2010, Sandro Mabel defende uma candidatura de Henrique Meirelles ao governo do Estado. Ele também aposta no sucesso do governo Alcides.
Euler de França Belém — A Valec, responsável pela construção de ferrovias no país, é comandada pelo goiano José Francisco das Neves, o Juquinha. Mesmo assim, a Norte-Sul está mais adiantada no Tocantins. Por quê?
O dinheiro da Ferrovia Norte-Sul está sendo colocado por nós e pelo Juquinha, não é propriamente pela bancada do Tocantins. Temos conseguido mostrar para o governo federal que a Norte-Sul é importante. O Porto de Itaqui, no Maranhão, é a grande saída para as nossas exportações agrícolas. Ele é um porto menos congestionado e mais moderno, que comporta navios de um calado maior. De Goiânia até Itaqui temos cerca de 2 mil e 500 quilômetros. Hoje, a nossa produção agrícola sai do Sudoeste do Estado, passa pela Serra dos Tigres e pelo contorno de Betim, que é um gargalo enorme, com vários vagões por dia, para chegar ao Porto de Tubarão ou ao Porto de Paranaguá. Nossa produção desce entre 1.300 e 1.700 quilômetros para subir, depois, outros 4 mil quilômetros até Itaqui. Defendo a construção da Ferrovia Norte-Sul até Anápolis, com um ramal até o Sudoeste, para que toda nossa produção possa ir diretamente para o Porto de Itaqui. Nossos mercados estão na Europa e nos Estados Unidos. Vamos economizar demais em frete. Nossos produtos vão ficar muito mais competitivos. Ao longo dos anos, tenho ajudado a colocar dinheiro para que a Ferrovia Norte venha descendo por dentro do Tocantins. A Vale do Rio Doce está disputando uma licitação para fazer mil quilômetros de ferrovia. São quase 3 bilhões de reais que ela vai investir. Ela vai levar nosso minério para o Porto de Itaqui. Com a Norte-Sul, vamos poder levar nossa produção de álcool, de soja, boi e muitas outras coisas. O norte goiano e o Tocantins vão ter um grande desenvolvimento. E estamos trabalhando, também, na construção de estradas e de hidrovias nessa região, formando um sistema de transporte multimodal. Trata-se de um projeto de médio prazo, coisa de cinco anos. No PAC, colocamos 1 bilhão de reais para o trecho da Ferrovia Norte-Sul que vai de Anápolis até Uruaçu. O Estado de Goiás vai virar para cima. Toda nossa produção será exportada pelo norte. Vamos economizar cerca de 3 mil quilômetros de frete.
Euler de França Belém — Então, a Ferrovia Norte-Sul será decisiva para descentralizar o desenvolvimento de Goiás?
Vai ser decisiva. O problema é que as pessoas pensam no curto prazo
Fonte: Jornal Opção (GO)
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