Um consórcio japonês deve se juntar a franceses, coreanos e italianos na disputa pela construção e operação do trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo, projeto em fase final de elaboração. A informação é do presidente da Valec, estatal responsável pelos estudos sobre a obra, José Francisco das Neves. Segundo ele, um grupo formado por representantes das japonesas Mitsui, Kawasaki, Mitsubishi e pelo Japan Bank for International Cooperation (JBic) esteve em sua sala há duas semanas.
“Eles disseram que vão entrar na disputa para ganhar”, afirmou Neves, acrescentando que “há muita gente interessada” no investimento, de US$ 9 bilhões. Ele cita ainda a francesa Alstom, a coreana KTX e um consórcio ítalo-brasileiro formado por Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Odebrecht e Impregilo entre os grupos que avaliam o projeto. Além disso, a Valec teria sido procurada por um grupo espanhol. Neves avalia que a licitação poderá ser lançada entre o final deste ano e o começo de 2008, com início das operações para 2015.
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Enquanto a Valec finaliza os procedimentos para o licenciamento ambiental, diz o executivo, o processo está sendo analisado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que avalia o modelo tarifário proposto. Segundo o projeto original, a passagem custará cerca de US$ 60. Neves diz que a preocupação do governo reside sobre o cálculo dos reajustes das tarifas. Os estudos prevêem trens com capacidade para 855 pessoas, com saídas a cada 15 minutos e tempo de viagem de1h25 entre a Estação da Luz,
Segundo o presidente da Valec, apesar do alto volume de investimentos, projeções da empresa apontam que o operador da linha poderá ter um retorno do capital investido em 11 anos. O projeto prevê conceder o trecho por 42 anos – sete para a construção e o restante de operação.
De acordo com Neves, oito grandes bancos já formalizaram interesse em financiar o empreendimento, entre eles o BNDES. “Cerca de 85% dos gastos com as obras serão feitos no Brasil, já que correpondem a construção civil. Apenas o material rodante (trens e locomotivas) devem ser adquiridos no exterior”, disse o executivo.
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