Na disputa judicial que pode fazer com que a Vale do Rio Doce opte entre ficar com a mineradora Ferteco ou com o direito de preferência da compra do excedente de minério de ferro da mina Casa de Pedra, da CSN, a Vale já fez sua opção. Apesar de prometer ainda brigar em todas as instâncias para não abrir mão de nada, admite, em último caso, perder o direito de preferência em Casa de Pedra. Mas mediante uma ´justa compensação´. O direito é avaliado pela mineradora em torno de R$ 3 bilhões.
´O direito de preferência foi negociado como um ativo na operação de descruzamento das ações com a CSN. Não foi de graça´, disse há alguns dias ao Estado o diretor de assuntos corporativos da Vale, Tito Martins. ´É um ativo que vale dinheiro, algo em torno de R$ 3 bilhões.´ O acordo, fechado em 2001, garantiu à Vale, por 30 anos, o direito de preferência ao excedente de Casa de Pedra, mina localizada
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Em 2005, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou à Vale que optasse entre Casa de Pedra e a Ferteco. Mas a Vale, sob a alegação que o mercado de mineração mudou desde 2001, tenta ficar com todo o portfólio. A Vale conseguiu liminares (a última expirou na sexta-feira ) e já entrou com medida cautelar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suspender as restrições impostas até que o STJ julgue o mérito do caso.
Caso perca, a empresa afirmou ontem que reagirá se o Cade cumprir sua promessa de fazer a opção entre Ferteco e Casa de Pedra no lugar da Vale. A Vale disse que vai questionar essa medida na Justiça. ´Não vamos deixar o Cade tomar a decisão. O Cade não pode fazer isso´,disse Bolívar Moura Rocha, advogado da Vale junto do Cade.
O procurador do Cade, Arthur Badin, disse que tende a recomendar a venda da Ferteco. ´É uma opção mais simples de ser acompanhada do que pedir à Vale que se desfaça do direito sobre Casa de Pedra´, diz. Um pedido de indenização poderia paralisar a execução da medida.
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