O caos aéreo, que há meses tomou conta do País – agravado na última semana com o acidente do airbus da TAM – está a exigir definições urgentes, a curto e médio prazos, para se investir na alternativa do transporte ferroviário em todo o País.
No caso de São Paulo e Rio, a pergunta é a seguinte: por onde anda o anunciado projeto do “trem bala” (o TGV, trem de alta velocidade), ligando as duas principais capitais brasileiras? É o que os brasileiros agora querem saber.
Sabe-se que o primeiro “trem bala” do governo brasileiro deverá ser construído no Vale do Paraíba. No papel, o projeto é ousado, está avaliado em US$ 8 bilhões e com potencial de gerar mais de 140 mil empregos durante o período de obras.
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Mais: o trem sairia da Estação da Luz, em São Paulo indo até a Central do Brasil, no Rio, num trajeto de 400 km de extensão. O tempo do percurso é avaliado em menos de 1h30, a uma velocidade média de 280 km/h. O Ministério dos Transportes ficou de abrir concorrência pública para a construção e operação do trem de alta velocidade no primeiro semestre deste ano.
Agora a cobrança vai aumentar. A situação a que o País chegou está a exigir a tomada de providências rápidas para se contornar a ciranda de vôos cancelados, atrasos e até acidentes graves que envolvem a perda de vidas preciosas. Os aeroportos, hoje, estão saturados, inclusive por falta de visão administrativa dos governantes e de preguiça.
Podemos até centrar a questão no problemático (e trágico) aeroporto de Congonhas.
Mas o que todos desejam é que o governo federal viabilize logo a retomada de um projeto mais ousado ainda para atender anseio de todo o povo brasileiro. Seria a volta definitiva do trem de ferro como alternativa, decente, de viagem, de transporte de passageiros (e de carga). Seria pecado desejar tanto? Não, quando se sabe que viajar de trem, hoje, nos países de primeiro mundo é um prazer, de forte apelo turístico. E mais: o transporte ferroviário é, sabidamente, um inestimável parceiro para o crescimento da economia de qualquer país, em tempos de busca de novas alternativas de energia.
Deste modo, a discussão de um arrojado projeto para colocar novamente o trem nos trilhos do País já seria um passo importante, mesmo que tardio. Sabemos que nunca é tarde para se reparar um erro. E, no Brasil atual, nunca é demais repetir que um moderno sistema ferroviário viria compensar uma burrice histórica. A bem da verdade, uma, entre tantas outras já cometidas nesta nação, por governantes sem escrúpulos e compromissos com o futuro. Aí não poupo nem a era JK, pois seus contemporâneos comeram mosca e permitiram o sucateamento do sistema ferroviário brasileiro para beneficiar as rodovias. Ora, o povo agora percebe o engano, pois a opção política pelo desenvolvimento da indústria automobilística necessariamente não devia ter passado pelo desleixo que permitiu a derrocada das seculares ferrovias brasileiras que, inclusive, já foram um dos orgulhos do Império do Brasil.
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