‘As ferragens começaram a engolir as pessoas´

Corpos mutilados, gemidos de dor e gritos desesperados por socorro. Foi esse o cenário trágico encontrado pelo presidente da ONG Embaixada da Vida, Denilson Ambrósio, uma das primeiras pessoas a chegar ao local do acidente com os dois trens ocorrido na tarde de ontem. A ONG fica a poucos metros da bifurcação onde a colisão ocorreu. Da sede da entidade, foi possível ouvir o estrondo.


— Ouvimos um barulho ensurdecedor, algo como uma explosão, e tentamos nos abrigar, não sabíamos o que era.


Os vidros das casas mais próximas se quebraram por causa do violento deslocamento de ar. Logo, corremos para cá imaginando o que tinha acontecido.


Quando chegamos, vi uma cena que nunca mais vai sair da minha cabeça. Era um cenário de filme de terror. Muita gente em desespero, muitos sangrando outros com fraturas expostas e havia corpos, vários mutilados.


Edson Carlos Alves Andrade, de 33 anos, estava no primeiro vagão do trem que colidiu e presenciou o desespero dos passageiros. Depois de passar o dia na Urca, onde fez uma entrevista de emprego, ele voltava para casa, quando houve o acidente.


— Algumas pessoas tentaram correr, mas foi tudo muito rápido. Houve pânico, gritaria, e vi algumas crianças. As ferragens começaram a engolir as pessoas. Eu consegui escapar porque estava no final do vagão e me pendurei nos ferros, puxando o corpo para cima — contou o auxiliar de cozinha, ao sair do Hospital da Posse com uma luxação no joelho.


Solidariedade de moradores ameniza drama de vítimas Marisa Bento Pereira, de 39 anos, também estava no vagão destruído. Internada no Hospital da Posse, ela contou à irmã, a dona-de-casa Marizete Melo Pereira, que viveu um pesadelo.


— Ela disse que parecia um filme de ação, com as ferragens vindo para cima das pessoas. Minha irmã contou que houve muita gritaria — disse a dona-de-casa após sair do hospital.


O drama das vítimas foi amenizado pela solidariedade dos moradores do entorno da estação de Austin. Assustados e curiosos, muitos correram até o local do acidente. Quando chegaram, depararam-se com dezenas de pessoas que já tinham conseguido sair do trem.


— Os moradores socorreram vários feridos nos seus próprios carros. A princípio, as pessoas foram levadas para o PAM de Austin, pronto-socorro mais próximo. Depois, foram para os outros hospitais.


Era o que a gente podia fazer. Foi horrível. Tinha gente que nós não sabíamos nem como ajudar. Graças a Deus, os bombeiros não demoraram a chegar — contou Hélio Silva, morador que também ajudou no resgate dos feridos.


O major Paulo Renato Vaz, coordenador da Defesa Civil de Nova Iguaçu, foi um dos primeiros membros da equipe de socorro a chegar ao local. Apesar de sua experiência, o major não escondeu que o desastre foi um dos piores que já presenciou em toda a carreira.


— A gente nunca se acostuma com isso. Mas aqui a coisa foi terrível. É um cenário de total destruição, como se o trem tivesse sido moído com essas pessoas dentro. Assim que chegamos, não perdemos tempo e fomos ajudando os feridos, mas agora vem a outra parte do trabalho. Só vamos sair daqui quando todos os corpos forem resgatados, nem que leve a noite toda.


Por volta das 20h, começaram a chegar ao local parentes de pessoas que costumam usar o trem precisamente naquele horário. Houve nova comoção.


— Eu preciso saber da minha mãe. Pelo amor de Deus, onde ela está? Ela pega esse trem todos os dias neste horário, no Centro da cidade, e hoje não chegou em casa. Alguém tem que me dizer se ela está lá — gritava a dona-decasa Alzinéa Barbosa, à procura da mãe, a empregada doméstica Maria do Carmo Barbosa.

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Fonte: O Globo

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