O tumulto ocorrido na Estação da Luz no fim da tarde de quinta-feira (2) foi apenas um dos reflexos da greve dos funcionários do Metrô em São Paulo. Além do empurra-empurra para entrar na estação, o dia foi marcado por trânsito complicado, ônibus lotados e longas filas nos trens. Essas cenas podem voltar a se repetir na sexta-feira (3), já que os grevistas não chegaram a um acordo com a companhia e resolveram continuar de braços cruzados.
Por dia, o Metrô transporta 3 milhões de pessoas. A companhia estima que, até as 22h, 1,2 milhão sejam prejudicados. Isso porque as estações da Linha Azul (Norte-Sul) abriram. Na Linha Verde (Vila Madalena-Alto do Ipiranga), o funcionamento foi parcial. Já na Linha Vermelha (Leste-Oeste), nenhum passageiro conseguiu embarcar. Muitos passageiros tiveram de usar os ônibus do plano de emergência.
No início da noite, passageiros ainda enfrentavam tumulto na porta da Estação da Luz, no Centro. Por dia, 250 mil passageiros passam pela estação, de acordo com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O tumulto começou por volta das 17h30 com o fechamento da entrada da Rua Cásper Líbero. A medida levou os passageiros a se aglomerarem na entrada da Praça da Luz.
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De acordo com a CPTM, o fechamento foi uma medida de segurança, já que o espaço na área de embarque pela rua Cásper Líbero não comporta a quantidade de usuários que querem entrar nos trens.
Policiais militares de três batalhões fazem a segurança na Luz. Segundo o tenente Siqueira, responsável pelas operações no local, por volta das 18h um grupo chegou a quebrar um portão da entrada. A situação foi controlada e um carro com policiais ficou de vigilância no portão, que teve de ser fechado.
Às 19h30, a entrada era feita de forma controlada pela PM, apenas por dois portões situados na Praça da Luz. A entrada na estação só era permitida com na medida em que os trens chegavam. A CPTM estima que o movimento tenha aumentado em 10% em suas estações por causa da greve, ou 160 mil passageiros a mais.
Como voltar?
A recepcionista Emily Samara Silva Rocha, de 24 anos, chegou à estação por volta das 18h30. Me disseram que estava fechada. Quero pegar o trem para Guaianazes, mas os policiais disseram que fecharam os portões por causa do tumulto e que não há hora para abrir. Estou pensando em como vou chegar em casa.
Já a auxiliar administrativa Ana Paula Cumino, de 34 anos, pretendia pegar o trem para Itaquera. Eles (os policiais) passaram por aqui e disseram que a estação ia abrir. Todo mundo correu para lá (portão da Praça da Luz), mas eu decidi ficar onde estou. Deve estar um inferno lá. Acho essa greve um absurdo.
CPTM fechou acesso para controlar quantidade de passageiros.
Os metroviários e a direção do Metrô não chegaram a um acordo durante a audiência de conciliação ocorrida nesta tarde no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Em assembléia, os grevistas decidiram manter a paralisação.
O TRT vai julgar a greve do Metrô nesta sexta (3) ou na segunda-feira (6). Os metroviários pedem pagamento imediato de R$ 1,8 mil de participação nos lucros e resultados, mas o Metrô limitou a oferta em R$ 800 – o valor seria pago em setembro. O restante, que dependeria do fechamento do balanço dos lucros da companhia, seria pago em fevereiro de 2008.
Operação
De acordo com o Metrô, da Linha Azul começou a funcionar às 6h, sem nenhum tipo de restrição. Já a Linha Verde operou da Ana Rosa até as Clínicas. Normalmente o trecho vai da Vila Madalena até o Alto do Ipiranga. Por causa da greve dos metroviários, a linha não operou nas estações Vila Madalena, Sumaré, Imigrantes, Chácara Klabin e Alto do Ipiranga. As linhas 3-Vermelha e 5-Lilás não operaram em nenhum trecho.
Força-tarefa
Por causa da paralisação, a companhia organizou uma força-tarefa para colocar os trens em funcionamento nesta quinta-feira e evitar a paralisação total das ativida
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