As negociações para viabilizar o transporte de passageiros na Nova Transnordestina não prosperaram, como queria o governo federal. O projeto que o Ministério da Integração Nacional discutiu, em 2004, com a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) previa que a ferrovia teria vagões de “alta capacidade”, para 160 passageiros cada, distribuídos em dois andares.
A demanda estimada era de até 2,5 milhões de passageiros por ano. Haveria um total de 36 estações, em duas linhas diferentes: 23 estações entre Fortaleza e Eliseu Martins (Piauí), e outras 13 paradas entre Recife e Araripina, em Pernambuco (PE).
A baixa viabilidade econômica e uma série de dúvidas jurídicas sobre o contrato de concessão, que prevê somente o transporte de cargas, teriam engavetado a idéia. A Companhia Ferroviária do Nordeste ficou obrigada apenas a ceder “direito de passagem” a outras empresas que decidam, eventualmente, explorar o serviço de trens de passageiros na Nova Transnordestina, sem assumir compromisso de fazer tal exploração.
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No futuro, quando a expansão de ambas as ferrovias tiver sido concluída, a idéia do governo é interligar a Transnordestina e a Norte-Sul. Isso permitirá integrar as regiões Centro-Oeste e Nordeste, estabelecendo uma nova alternativa logística para o milho do Mato Grosso e de Goiás em direção a centros avícolas do Nordeste, potencialmente reduzindo a importação do grão. Outra possibilidade é o escoamento da safra de algodão para abastecer a indústria têxtil nordestina.
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