Fortaleza ferve de calor, o trânsito é intenso e impaciente, mas ao barulho do sinal, tudo de repente pára. A cancela baixa e todos esperam pelo trem que vai passar. Esperam, esperam… O trem da modernidade, o metrô de Fortaleza, vem chegando lentamente. Foram décadas de planejamento, oito anos de obras em andamento e 48,7% do projeto total construído.
Apesar da operação do Metrofor estar prevista para 2010, ainda paira uma incerteza ante a conclusão, mas uma das poucas garantias que se tem é de que ele já irá funcionar no limite de capacidade máxima.
Por onde passa, o Metrofor deixa modificações permanentes na Capital. Muitas mudanças acontecem embaixo dos pés e distante dos olhos dos transeuntes da cidade, como na Estação Benfica. Outras se erguem imperiosamente acima do nível do mar, como no elevado da Parangaba, e algumas já fazem parte dessa nova paisagem urbana que se desenha -Estação São Benedito.
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Essas transformações apagam os resquícios da Fortaleza ferroviária e anunciam a passagem para uma nova era, interligada eletricamente. As intervenções sofridas pela urbe com a passagem do metrô se devem às particularidades do novo meio de transporte. Como explica o diretor do Metrofor, Rômulo Fortes, as linhas do transporte ferroviário não precisam ser segregadas, ou seja, separadas. A união entre as linhas pode ser visualizada na passagem de nível, como observamos em muitos cruzamentos.
Com o metrô passando em um intervalo de três em três minutos, não há sentido a existência de passagens de nível, o que implica na segregação do sistema metroviário. Este, por sua vez, cortará a cidade de três formas: subterrâneo, superfície e elevado. Cada uma delas implicando em interferências urbanas diferentes. Na Estação do Benfica, onde a passagem do metrô será subterrânea, os trabalhos se concentram no túnel, também a um ritmo lento.
Já na Estação São Benedito, a paisagem do Centro da cidade já está diferente. A Igreja de São Benedito disputará sua imponência com a estação que cresce. No entanto, como frisa Rômulo Fortes, há vários obstáculos ainda pelo caminho do metrô. No Centro, é a retirada do Beco da Poeira, na Parangaba o desvio na Estação de trem e assim os entraves surgem ao longo do percurso, mas a população pede um pouco de desaceleração, para que o novo meio de transporte não atropele a cidade.
Tempo
Nas sociedades do terceiro milênio, o tempo é um bem e muito dele é gasto em deslocamentos, nos engarrafamentos ou na espera pelo ônibus. O tempo é o grande atrativo do novo meio de transporte que vem acelerar o ritmo da cidade. Como frisa Rômulo Fortes, ele atenderá ao esgotamento do sistema de transporte de passageiros. Enquanto no transporte ferroviário o intervalo de tempo entre um trem e outro é de 15 minutos a uma hora, com o metrô, esse tempo pode ser reduzido para até 120 segundos.
A previsão é de que na linha sul, a cada três minutos haja um metrô saindo da Estação João Felipe em direção à Vila das Flores, em Maracanaú. A estimativa é de que dez unidades do metrô estejam em funcionamento em 2010. Fortes garante que é possível atingir essa meta, mas para isso é preciso contar com homens trabalhando e verbas liberadas. FIM DO SERVIÇO
Cronograma prevê operação assistida com 10 trens em 2010
A instalação do Metrofor faz parte do imaginário da população da Capital há mais de 20 anos. Agora, o metrô parece finalmente se aproximar da cidade. Com um cronograma rígido e muitas pendências, a direção do Metrofor espera colocar dez TUEs rodando até o ano de 2010, depois que os 51,3% do total global da obra estiverem finalizados.
Uma série de etapas devem ser transpostas, para que a meta, possível, seja alcançada. No primeiro estágio , da linha sul, 64,6% das obras civis foram concluídas; 20, 5% dos sistemas fixos foram colocados e 92,1% das desapropriações previstas foram realizadas. No bairro da Parangaba, por exemplo, de acordo com a a
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