O governo estuda estender a Ferrovia Norte-Sul até Santa Fé do Sul, no Estado de São Paulo. Pelo projeto original, a ferrovia iria de Belém (PA) até Anápolis (GO), totalizando 1.980 quilômetros. De acordo com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o governo iniciou há cerca de dois meses estudos para a construção de mais 400 quilômetros, o que permitiria a ligação da Norte-Sul com outras ferrovias. “À primeira vista, é uma idéia muito interessante. É possível que se chegue a 2010 já com essa interligação”, disse o ministro.
Os estudos de viabilidade serão concluídos em março do ano que vem e a expectativa do governo é licitar o trecho Palmas (TO)-Santa Fé do Sul no segundo semestre. A previsão é que a licitação arrecade de R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões, que serão investidos na construção da ferrovia.
No início do mês, o governo leiloou um trecho de 720 quilômetros da ferrovia, ligando Açailândia (MA) a Palmas (TO), que foi vendido à Vale do Rio Doce por R$ 1,47 bilhão. Pelo modelo da licitação, a empresa repassa o dinheiro ao governo, que constrói a ferrovia. A Vale será responsável pela operação. Até agora, apenas o trecho Açailândia (MA)-Estreito (MA) foi construído.
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Para José Francisco das Neves, diretor da Valec, concessionária estatal responsável pela Norte-Sul, o leilão anterior trouxe experiência ao governo para que novos trechos sejam concedidos. Ao contrário do que aconteceu no último leilão, quando apenas a Vale do Rio Doce entrou na disputa, Neves acredita que o segundo trecho atrairá mais competidores, principalmente com a extensão dos trilhos até São Paulo. “Esse é um trecho de altíssima rentabilidade. Vamos conseguir com o bom resultado das concessões construir não só esse como outros trechos.”
Alfredo Nascimento disse concordar com a revisão dos preços de pedágio cobrado nas concessões de rodovias já existentes, como na via Dutra (Rio-São Paulo) e na ponte Rio-Niterói (RJ). Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) faça estudos para verificar se a rentabilidade das concessionárias está equilibrada.
De acordo com o tribunal, a taxa de retorno dessas rodovias varia de 17% a 24%, enquanto nos sete trechos leiloados na semana passada ficou abaixo de 8,95%. “Há uma diferença muito grande de preço, tem que fazer uma análise”, disse.
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