O presidente da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Tufi Daher Filho, disse ontem que vai entregar o projeto executivo do trecho Salgueiro-Suape da Ferrovia Transnordestina no dia 28 de fevereiro de 2008. A informação foi dada numa reunião que ocorreu no ministério da Casa Civil, em Brasília, e que contou com a participação dos governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do Ceará, Cid Gomes (PSB), e do Piauí, Wellington Dias (PT). É a primeira vez que a CFN estabelece uma data de entrega para o projeto.
Geralmente, o projeto executivo é um documento importante para que a obra saia do papel. As informações do projeto executivo são usadas para fazer o pedido de licenciamento ambiental (da obra). Somente depois da licença é que as obras podem ser iniciadas. A Ferrovia Transnordestina terá 1.860 quilômetros, começando da cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, e indo até os portos de Pecém, no Ceará, e de Suape. Deste total, mais de 900 quilômetros serão de linhas novas.
Tufi Daher Filho também afirmou que o projeto executivo do trecho Missão Velha-Pecém ficará pronto no dia 31 de março de 2008. Ainda na reunião, os governadores também aprovaram a criação de um grupo de trabalho com representantes dos governos de Pernambuco, Piauí e Ceará, além do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), para propor soluções que agilizem o ritmo das obras da Transnordestina.
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Na reunião também ficou acertado que os representantes estaduais do grupo de trabalho farão uma reunião, na próxima semana, com os diretores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para discutir o que pode ser feito para agilizar a licença ambiental dos trechos da ferrovia. Também deverá participar da discussão os representantes das agências estaduais do meio ambiente dos três Estados.
O resultado da discussão será apresentado à ministra Dilma Rousseff numa videoconferência que terá a participação dos três governadores na próxima quarta-feira. A ministra já chegou até a ameaçar a CFN com a cassação da concessão para explorar a malha ferroviária do Nordeste, caso as obras da Ferrovia Transnordestina não sejam aceleradas. Além de Dilma, participou da reunião o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Desde 1998, a CFN explora a antiga Malha Nordeste, que vai de Propriá, em Sergipe, até a cidade de São Luís, capital do Maranhão.
As obras da Ferrovia Transnordestina foram iniciadas em junho do ano passado, mas até agora não ultrapassaram os 10 primeiros quilômetros. O trecho que está em construção tem 110 quilômetros e vai de Salgueiro, no sertão de Pernambuco, à cidade de Missão Velha, no Sertão do Ceará. As dificuldades para acelerar as obras estão relacionadas às desapropriações e também ao licenciamento ambiental, segundo informações do governo federal.
As obras da Transnordestina custarão R$ 4,5 bilhões, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão bancados por recursos públicos – como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e o extinto Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). A CFN vai entrar com cerca de R$ 1 bilhão, dos quais uma parte será emprestado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Somente a engenharia financeira do projeto passou mais de oito anos para ser fechada.
Estruturador – O projeto é encarado como estruturador, porque vai melhorar a infra-estrutura da região e colocar um meio de transporte mais barato do que o rodoviário. A ferrovia será usada para escoar a produção do gesso do Araripe, dos grãos produzidos no Sul do Piauí e também poderá ser usado pelos produtores de frutas irrigadas do Vale do São Francisco.
A ferrovia também poderá ser um meio de transporte mais barato para levar combustíveis, fertilizantes e outros produtos utilizados no sertão. O setor gesseiro faz estimativas de que poderá aumentar a produção, caso a ferrovia s
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