O navio Gurupi foi a milésima embarcação a atracar no Porto de Suape, em 2007 – mostrando que aquele ancoradouro está definitivamente consolidado. Este ano, o complexo deve receber investimentos adicionais da ordem de R$ 560 milhões, segundo informações do secretário Fernando Bezerra Coelho. O governador Eduardo Campos assinou, no último dia 28 de dezembro, o edital de licitação para as obras do cais número 5, que deve ser concluído no primeiro semestre de 2009. Não há dúvidas de que Suape é um porto consolidado.
Ainda assim, prossegue-se na sua ampliação, tendo sido contratados os projetos básicos dos Cais 6, 7 e 8. Segundo estimativa do secretário, até 2010 eles estarão em funcionamento. Está sendo feito, paralelamente, um estudo de viabilidade para a instalação de um terminal de minérios, na Ilha da Cocaia, com prazo de 60 dias para entrega. Enquanto isso, anuncia-se a conclusão da nova linha de transmissão da Termopernambuco, pois a antiga passava pelo terreno da futura refinaria e, por isso, houve a necessidade de mudança no seu traçado. Ela produzirá energia a ser eventualmente incorporada à de origem hidrelétrica, para utilização pela Chesf nas duas subestações projetadas e que vão permitir a utilização contínua pelos empreendimentos programados para o complexo industrial-portuário, inclusive o Estaleiro Atlântico Sul. Este último, como se sabe, já não é apenas um sonho, sendo as obras físicas iniciais visíveis a todos, na ilha de Tatuoca. Foram disponibilizados em 2007 os recursos necessários para a dragagem do trecho de mar que permitirá o acesso dos navios à ilha.
O governador Eduardo Campos afirmou, em discurso de fim de ano, que até 2010 há expectativa de que Suape receba mais de R$ 1 bilhão, em investimentos, o que inclui um píer petrolífero a ser construído pela Petrobras, a mesma empresa brasileira que deu início às obras de terraplenagem do terreno em que será construída a Refinaria Abreu e Lima. Outro projeto de impacto, anunciado no ano passado, foi a construção de um terminal para refino de açúcar, iniciativa do Sindicato do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco em associação com a ED&F – Man, holding inglesa especializada na distribuição de açúcar, café e álcool. O contrato prevê que essa companhia bancará também as obras da área de atracação dos navios distribuidores dos seus produtos. Está sendo esperada, no dia 15 de janeiro corrente, a visita de um diretor comercial da holding, estando previstas as obras de construção para julho, segundo calcula o secretário Bezerra Coelho.
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Outra informação dada à imprensa pelo governo estadual é a de que o cais de nº 8, ainda a ser construído, deverá ser ocupado pela Campanhia Ferroviária do Nordeste. Isso nos remete a um assunto discutido neste espaço, em outubro de 2007, no qual comentamos a notícia então circulante, de que os trilhos da Transnordestina não chegariam, nesta década, ao Complexo Portuário de Suape. Até hoje, não surgiu um pronunciamento firme negando a informação.
Dissemos, naquele momento, que “é preciso acompanhar com cuidado o cronograma da construção ferroviária, porque as decisões políticas muitas vezes fogem da mais elementar lógica econômica. E todos sabem que alguns líderes partidários de outros Estados estão enciumados com o presidente Lula, alegando pernambucanismo no seu empenho em trazer para Suape uma refinaria de petróleo”. O comentário está cada vez mais atualizado.
Para nós, que acompanhamos com cuidado todas as notícias – boas ou más – que se referem a Pernambuco, prevalece a informação dada, em 2004, pela direção da própria Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), de que o primeiro ramal da Transnordestina ligará Eliseu Martins a Suape. Não custa repetir o que já temos dito noutras ocasiões: o que agora se chama de Transnordestina não é uma idéia nova, mas centenária. Desde final do século 19 que algumas mentes têm sonhado com a implantação de uma malha ferroviária cobrindo todo o N
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