Trilhos no sangue

Essa nova história começa com o maquinista José Afonso Ortega, 47 anos, e o operador de produção júnior Tiago Augusto Fidelis Crispim, 22. Foram eles que que conduziram nossa viagem. Mais do que isso: ambos têm suas vidas diretamente ligadas aos trilhos.


Ortega trabalha na ferrovia desde quando existia a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.). Entrou com 26 anos, primeiro como manobrador, herdando a profissão do tio, ferroviário. Ficou um ano nessa função e foi promovido a auxiliar de maquinista. Depois de quatro anos na função, virou maquinista. O mais longe que se lembra ter ido foi até Corumbá e Ponta Porã (ambos em Mato Grosso do Sul).


Já o assistente de maquinista Tiago está há apenas sete meses na empresa, mas sua família há bem mais tempo. A linhagem começou com seu bisavô Messias, que foi cozinheiro de um vagão-restaurante da antiga Noroeste do Brasil. Seu pai, Elias, foi torneiro mecânico das oficinas da Noroeste. Hoje, cinco de seus familiares já trabalham na ALL.


Mas, há sete meses, Tiago pensava em outra carreira. Por cinco anos, ele foi meia direita das categorias de base do Esporte Clube Noroeste. “Não dei muito certo na bola… Aí, um tio arranjou o trabalho aqui. Não consegui fugir, está no sangue”, fala.


Ele até já pensa em levar seu filho Gabriel, 3, para conhecer os trens – do mesmo modo que seus familiares o levaram, ao lado do irmão Daniel quando ambos eram meninos. Daniel, hoje com 26 anos, também largou outra profissão para ser ferroviário: ele fazia parte de um grupo de pagode e hoje só recorda seus dotes artísticos cantando nas locomotivas durante as viagens.


Como ferroviário iniciante, Tiago reveza várias funções na empresa, como manobrador e lastro, que realiza serviços em toda a via, como os de limpeza. No dia-a-dia, ele pode ser convocado tanto para trabalhar de dia quanto de noite, por isso, continuar seus estudos é difícil – ele tem o ensino médio completo. Mesmo assim, ele diz gostar da decisão tomada. “Por segurança e respeito com o trabalho, nem bebemos quando estamos no intervalo de descanso de 11 horas entre as viagens. Mas é muito gostoso viajar e conhecer várias pessoas”, fala.


Durante o trajeto, banheiro ao ar livre


Uma das coisas mais diferentes que Tiago teve de aprender na nova profissão foi usar o banheiro ao ar livre. No meio da viagem, se não for possível esperar para urinar ou defecar no ponto de chegada, simplesmente para-se o trem e usa-se o mato. Em casos mais sérios, quando o maquinista ou seu assistente passa o mal, a central em Curitiba da ALL (América Latina Logística) é avisada e o trem deve parar num ponto onde um carro tenha acesso para uma equipe sobressalente continuar a viagem.

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Fonte: Bom Dia (SP)

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