A chegada da Transnordestina, prevista para entrar em funcionamento em 2010, irá diversificar a pauta de exportação do Porto do Pecém, ampliando o seu alcance e, conseqüentemente, a sua importância no mercado internacional. Com a obra, planejada desde a época de Império, o terminal passará a escoar cerca de sete milhões de toneladas de grãos — item ainda inexistente no comércio exterior cearense —, que virão dos pólos produtores do sul do Piauí e do Maranhão. A soja e o milho serão os principais.
Além dos grãos, os trilhos também transportarão para cá o gesso da jazida de Araripina, no Estado de Pernambuco — cujo transporte é feito hoje através de rodovias. Outro produto que virá por meio da Transnordestina é o etanol, proveniente das usinas de Tocantins e Maranhão.
No Ceará, serão desapropriados 4.160 hectares entre o município de Missão Velha, no Cariri, até o Porto do Pecém. Já foram assegurados pelo governador R$ 15 milhões para cadastramento, avaliação e desapropriação das áreas.
Ao todo, a ferrovia terá 1.860 quilômetros, interligando os municípios de Eliseu Martins, no Piauí, a Salgueiro, em Pernambuco. Deste, sairá dois ramais: um para o Pecém e outro para o Porto do Suape (PE). “A Transnordestina é sinal de que, quando tem meios de transporte, tem como fazer as coisas. Só vem para o Pecém porque é atrativo. O ramal que vem para cá o mais atrativo, já o de Suape, as obras da ferrovia estão paradas”, comenta o presidente da Cearáportos, Erasmo Pitombeira. Atualmente, somente o trecho que liga Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE) está em obras, com extensão de 96 quilômetros. De Missão Velha a Pecém, o trecho será de 427 quilômetros.
A Transnordestina Logística, nova razão social da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), já solicitou ao Porto do Pecém novos berços para a exportação destes produtos. Os planos da Cearáportos apontam para a construção de um novo píer, que servirá também para a exportação de minério de ferro.
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