Um dia após o protesto que terminou em confronto entre a Polícia Militar e moradores da Vila Esperança, em Cubatão, a Prefeitura acusou a América Latina Logística (ALL) de não cumprir acordo firmado entre as partes, que previa a construção de pontilhão emergencial sobre a estrada de ferro (Santos-Jundiaí) que corta o bairro, e é administrada pela empresa. A ALL disse que a obrigação é da Prefeitura, mas que fará a ponte para evitar novos problemas com os moradores.
A falta desse equipamento foi apontada como a razão da revolta dos moradores, na última sexta-feira. Há um mês eles cobram solução quanto à permanência de composições de trem nesse trecho da via (usada desde março para manobras), sob a alegação de que dificultam o acesso de pedestres. Com o trem parado dividindo o bairro, os moradores têm que passar por baixo ou entre os vagões quando precisam cruzar a linha da máquina.
Contudo, em vez de instalar o pontilhão, a ALL optou por erguer, primeiramente, uma cerca de contenção ao longo da via férrea, na intenção de dificultar ainda mais o trânsito de pessoas pelo local.
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NÃO INFORMADA
A postura da ALL também desagradou a equipe da prefeita Marcia Rosa (PT), que disse não ter sido informada sobre o cercamento iniciado pela empresa. Segundo a assessoria de imprensa da Administração Municipal, a ALL deveria ter erguido o pontilhão antes de cercar a área. “Infelizmente, a empresa não cumpriu o acordo da forma que ele foi estabelecido”, acusou o órgão.
Às 18h30 a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que por exigência da Administração a ALL se comprometeu a construir duas passarelas, assegurando o acesso dos moradores da Vila Natal, Vila Esperança e da Costa Muniz. A empresa teria aceitado rever o sistema de manobras das composições, que permaneciam estacionadas durante horas.
A prefeita anunciou que amanhã, às 14 horas, recebe comissão de moradores.
EMPRESA CONTESTA
A América Latina Logística, por sua vez, contestou a afirmação de que Prefeitura não havia sido informada sobre o cercamento da área.
“Na última reunião com as autoridades municipais, realizada em março, a ALL esclareceu todas as etapas da obra e obteve aprovação para dar continuidade ao processo”, rebateu a concessionária, por meio de nota oficial.
Em relação ao pontilhão cobrado pela Administração Municipal, a empresa manteve a promessa de instalar o equipamento. Porém, não soube informar a data de início dos serviços.
Pouco mais de 12 horas após o protesto, o clima era tranquilo na Vila Esperança, no início da manhã de ontem. Mesmo assim, policiais militares permaneceram no local durante todo o dia.
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