Trens superlotados e em condições precárias dificultam a vida do trabalhador em todo o país. Apenas na Grande São Paulo, 2 milhões de passageiros recorrem à rede ferroviária diariamente. Em outras cidades, como Fortaleza, as plataformas cheias e os trens mal conservados colocam em risco os passageiros.
Na linha 7, há o segundo maior movimento da rede na Região Metropolitana de São Paulo: são 363 mil passageiros, em média. “Começa a chegar estressado antes mesmo de chegar no trabalho. Isso acaba sendo mais cansativo”, diz um passageiro sobre seu trajeto diário.
A linha 11, que vai do Centro à Zona Leste, tem 485 mil passageiros transportados por dia. “É muito cheio. Não deixam desembarcar para subir. É muito tumulto, empurrões”, diz uma passageira.
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No horário de pico, o sistema ferroviário funciona a plena carga. São 115 trens que percorrem 260 quilômetros de trilhos. Os controladores reduzem pela metade o intervalo entre partidas e chegadas. É uma operação complexa, mas que não evita a superlotação.
Para o consultor em transportes, Jaime Waisman, existe uma defasagem do sistema ferroviário em todo país. “É uma área que não interessa à iniciativa privada, portanto depende do governo e durante muitos anos os governos tiveram limitações para investir”, opina o consultor, que é professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
E os investimentos demoram para chegar aos passageiros. Um trem novo, por exemplo, leva até dois anos e meio para ser fabricado e colocado em operação. “Tudo tem que ser encomendado e feito de uma certa forma sob medida. Então o processo é mais lento e a demanda não deixa de crescer. O investimento público está sempre correndo atrás”, explica o professor Waisman.
A CPTM disse que não tem como reservar vagões para mulheres e idosos porque isso agravaria a superlotação nos horários de pico. Os passageiros também denunciam que nos últimos vagões é comum o consumo de drogas. A empresa informou que esse tipo de crime está sendo combatido e que conta com denúncias da população para prender os envolvidos.
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