A linha atual da Ferroeste, entre Guarapuava e Cascavel, foi construída no primeiro mandato do governador Roberto Requião, entre 1991 e 1994. Custou US$ 363 milhões e foi paga integralmente pelo Tesouro do Estado. A obra foi realizada pelo Exército Brasileiro. Em seguida ao término do mandato do governador Requião, a ferrovia sofreu um longo período de paralisia e gestão predatória, somente interrompido com sua retomada pelo Estado, em 18.12.2006, no segundo mandato do governador Requião. A partir de então, a expansão das linhas da Ferroeste ao Mato Grosso do Sul (Cascavel, Guaíra, Mundo Novo, Dourados, Maracajú), ao Paraguai (Cascavel, Foz do Iguaçu, Puerto Presidente Franco) e ao Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina (Laranjeiras do Sul, Chapecó) passou a ser um projeto defendido como prioritário pelos governadores da Região Sul, sob a égide do CODESUL, e pelo governo do Paraguai.
Todavia, para que a expansão se realize é necessário superar um gargalo que separa a ferrovia existente e os seus novos ramais do Porto de Paranaguá. O referido gargalo é a linha férrea entre Guarapuava e Ponta Grossa. Tal linha, construída entre 1906 e 1918 de Ponta Grossa e Irati e entre 1918 e 1954 de Irati a Guarapuava, hoje operada por uma concessionária privada, é estrutural e irremediavelmente inadequada para dar vazão às cargas que a linha atual da Ferroeste tem capacidade de transportar. Portanto, o gargalo constitui-se hoje num obstáculo à plena utilização pela Ferroeste da ferrovia, entre Cascavel e Guarapuava, construída com esforço orçamentário pelo Estado do Paraná na primeira gestão do governador Requião. Mas, além de impedir a plena operação da Ferroeste, o referido gargalo representa obstáculo à construção de novos ramais em direção do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai.
Por esta razão, o governador Roberto Requião, em reunião realizada no Palácio das Araucárias no dia 4 de junho p.p., determinou que a Ferroeste, sem prejuízo da devida atenção aos demais ramais do seu plano de expansão, priorize a solução do gargalo, avançando suas linhas a partir de Guarapuava em direção do Porto de Paranaguá. O governador determinou, também, à Ferroeste, que convide os setores produtivos, de engenharia, dos trabalhadores e das regiões beneficiadas (Oeste, Sudoeste, Centro, Cantuquiriguaçu, Região Metropolitana de Curitiba e Litoral) para uma ampla discussão pública da nova ferrovia, na próxima reunião da Escola Semanal de Governo, no dia 9 de junho, às 8h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico.
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Durante a reunião da Escola Semanal de Governo, a Ferroeste apresentará ao conjunto do governo e à sociedade os resultados do Estudo de Pré Viabilidade da nova ferrovia, que foi contratado junto ao LACTEC- Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, e o colocará em discussão. Desde logo, é possível antecipar que o ramal Guarapuava-Paranaguá da Ferroeste reduzirá a distância ferroviária atual entre Cascavel e Paranaguá em 125 km, que passará dos atuais 736 km para 611 km (250 km de redução no ciclo de ida e volta). Além disso, como terá características técnicas idênticas ou melhores que a linha atual da Ferroeste, o novo ramal permitirá que o ciclo dos vagões entre Cascavel e Paranaguá, que hoje varia entre 8 e 10 dias, seja reduzido para 2 (dois) dias. O novo ramal promoverá uma revolução logística. Será uma ferrovia do século XXI para uma logística do século XXI, que impulsionará o desenvolvimento econômico e social do Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Santa Catarina e fortalecerá o Porto de Paranaguá como destino natural de uma ampla região interior da América do Sul. A nova ferrovia impulsionará, também, o corredor ferroviário bioceânico entre o Atlântico e o Pacífico, através do Paraná, Paraguai, Norte da Argentina e Chile.
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