Estão só começando as obras do contorno ferroviário em Joinville. Mas o levantamento topográfico, que avalia as condições do terreno, são um passo importante para a obra. Exatamente porque são o primeiro prático, após anos de indefinição. Houve atraso. Nesta quinta-feira, pelo cronograma inicial, a obra deveria estar pronta.
Entre os obstáculos, 101 desapropriações resolvidas na justiça, questão indígena e licenças ambientais, que foram exigidas também pelo Ministério Público. É preciso paciência.
— Colocar os trilhos é a última etapa. Vai levar no mínimo um ano para chegar essa etapa. Antes, é preciso fazer corte de árvores, preparar o terreno — diz o engenheiro Antônio Grunner o engenheiro Antônio Carlos Bessa, responsável pelo Dnit em Joinville.
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É simples, como erguer uma casa: antes do telhado, precisa a fundação. O resultado será sentido só a daqui, no mínimo, dois anos.
Em dez bairros onde o trânsito para em alguns trechos por causa das dezenas de vagões, a situação vai melhorar bastante. Moradores do Nova Brasília, São Marcos, Anita Garibaldi, Bucarein, Guanabara, Fátima, Jarivatuba, João Costa Paranaguamirim e Parque Guarani. Em Joinville, são 28 pontos de cruzamento entre estrada e trilho.
Os trilhos antigos não serão retirados. Podem virar patrimônio histórico.
O projeto é praticamente o mesmo apresentado há dois anos. A mudança começa ainda em Guaramirim. A ferrovia segue paralela à BR-280 até o canal do Linguado. Em boa parte do trajeto, ferrovia e asfalto seguirão lado a lado. Isso não deve mudar quando rodovia federal for finalmente duplicada — a promessa do Dnit é terminá-la em 2012.
A ligação com São Francisco do Sul ficará 8,1 km mais curta. A grande curva que passa por dentro de Joinville vira uma quase reta. Ao invés dos 26 km atuais, serão 17,9 km. Os trilhos mal cortarão a área urbana de Joinville. Passarão apenas no bairro Itinga, quase no limite com Araquari.
Especialmente no horário de rush, a mudança de traçado reduz bastante o transtorno no trânsito. Mas há outros benefícios. Que tal não ouvir mais o barulho do trem passando ao lado de casa, toda bendita madrugada? As rachaduras que a construção — nem sempre regular — possui perto da ferrovia, não vão mais aumentar.
Tem mais. Segundo a América Latina Logística (ALL), que usa o trecho, a mudança reduz o risco de acidentes como o que matou um homem em 14 de maio, no bairro Itaum. O rapaz tentou pegar carona no trem em movimento. Caiu, e foi atropelado pelo trem.
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