Concessão de bondes causa polêmica no Rio

O sistema de bondes de Santa Teresa, inaugurado em 1896 – há 113 anos -, e que funciona hoje em condições precárias, é alvo de polêmica entre o governo do Estado, políticos da Assembleia Legislativa e moradores do bairro, situado em um morro na região central do Rio de Janeiro. As secretarias estaduais do Planejamento e Fazenda estudam um modelo para repassar o sistema de bondes ao setor privado em regime de concessão. Os moradores do bairro, em sua maioria, se opõem ao projeto e acusam o governo de querer “privatizar” os bondes, considerados patrimônio cultural da cidade.


O sistema transporta atualmente entre 50 mil e 60 mil passageiros por mês, entre moradores de Santa Teresa e turistas, tem custo fixo mensal de cerca de R$ 250 mil, mas fatura cerca de R$ 30 mil, calcula Fábio Tepedino, diretor de engenharia da Secretaria de Transportes do Estado. São operados pela Central, empresa de economia mista ligada à secretaria.


Tepedino disse que o sistema opera com quatro bondes, dois reformados e dois antigos, mas há divergências até sobre o número de veículos em circulação. Há dias em que a manutenção deixa mais de um bonde parado e a espera aumenta. Se o passageiro chegar na estação Carioca, de onde o bonde parte, e o veículo estiver lotado, ele pode ser obrigado a esperar uma hora até o próximo carro.


A passagem custa R$ 0,60, mas muita gente não paga. Nos horários de maior movimento, é comum que, além dos 32 passageiros sentados, dezenas de pessoas se pendurem nas laterais do bonde, que é aberto, e viajem em pé nos estribos, numa versão menos perigosa dos “surfistas” de trem da década de 90 da linhas da região metropolitana do Rio.


O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, diz que o governo tenta dar sustentabilidade ao sistema. Ele disse que se o modelo de concessão, a cargo da secretarias da Fazenda e Planejamento, não atrair empresas privadas, o governo poderá terceirizar a operação e a manutenção dos serviços. Nesse caso, seria aberta licitação para contratar o operador do sistema considerando-se aspectos técnicos e de preço. Poderiam ser criadas tarifas diferentes para turistas e moradores. Lopes estimou a necessidade de investir entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões para melhorar o sistema, incluindo parte dos bondes ainda não reformados, rede elétrica e malha de trilhos, além da montagem de estruturas de manutenção e conservação e de cobrança de passagens.


A prioridade da administração de Sérgio Cabral neste tema foi concluir a reforma de uma parte dos 14 bondes que o governo anterior fechou com a empresa TTrans, em contrato de R$ 14 milhões financiados pelo Banco Mundial. Dos 14 bondes, sete foram reformados e entregues, ganhando tecnologia de última geração, disse Paulo Munck, gestor do contrato dos bondes na TTrans.


Entre as melhorias, os bondes ganharam sistemas de freio e de tração modernos, disse Munck. O problema é que parte da rede elétrica não foi reformada, o que já causou pane nos bondes. Segundo Munck, a TTrans recebeu R$ 7 milhões pelos serviços prestados. Dos outros sete bondes do contrato original, quatro devem ser mantidos com os equipamentos antigos e três reformados com recursos do Estado, obra que depende da decisão sobre a concessão.


O deputado estadual Alessandro Molon (PT), que preside a Comissão de Cultura da Assembleia, organizou, no fim de junho, a pedido dos moradores de Santa Teresa, audiência pública para discutir o assunto. “Pelo que ouvi o Estado está gastando dinheiro para piorar um sistema que já operou com 19 bondes e hoje opera com dois”, disse. Ele não vê razões nem para a concessão nem para a terceirização da operação dos bondes. “Será que o Estado não tem condições de operar um sistema de bondes como já fez no passado?”, perguntou. O deputado federal Chico Alencar (PSOL), morador de Santa Teresa, também é contrário à concessão dos bondes. “A alternativa é voltar ao que já existiu: ter pelo menos dez bondes operando.”

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Fonte: Valor Econômico

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