O Estado de São Paulo tem diversos projetos de grandes obras que vão da ampliação das linhas de metrô, recuperação de estradas vicinais, até a construção do Expresso Aeroporto, que vai ligar o centro da capital até o Aeroporto de Cumbica. Algumas obras estão ainda em fase de planejamento, mas há outras em licitação. Todas, no entanto, envolvem cifras bilionárias. Apenas para o Metrô e recuperação de ferrovias estão previstos investimentos de R$ 20 bilhões entre 2007 e 2010. “No ano passado, foram investidos mais ou menos R$ 4 bilhões na área ferroviária, incluindo Metrô. Neste ano, serão mais R$ 5 bilhões a R$ 5,5 bilhões e, no ano que vem, também”, afirma José Luiz Portella, secretário de Transportes Metropolitanos do Estado.
Dos R$ 20 bilhões previstos, R$ 11,6 bilhões serão injetados no Metrô, e R$ 8,4 bilhões irão para os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os recursos vêm do governo estadual, de organismos de fomento como BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Bird (Banco Mundial) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), além de empresas por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas). “O plano prevê passarmos dos atuais 60 quilômetros de metrô para 240 quilômetros de operação com qualidade de metrô”, afirma Portella.
A construção da linha 4 do Metrô (amarela), que liga a Estação da Luz ao bairro de Vila Sônia é uma das mais importantes. É a primeira PPP do país. A maior parte da primeira fase da linha deve ficar pronta até março de 2010. Mais uma estação, a de Pinheiros, ficará pronta entre agosto e setembro de 2010.
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Até agora, com 70% das obras prontas, já foram investidos R$ 3 bilhões, afirma o secretário, com a geração de 7,8 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.
A linha 4 será operada pela ViaQuatro, empresa do grupo CCR, que obteve a concessão por 30 anos. Luiz Valença, presidente da ViaQuatro, estima que, quando estiver pronta a segunda fase da linha, entre 2013 e 2014, ela receberá quase 1 milhão de passageiros por dia.
“Para a primeira fase, estavam previstos US$ 240 milhões em investimentos. Metade disso já foi aplicada”, afirma ele.
Já foram encomendados 14 trens para operar a primeira fase, que chegarão no segundo semestre, vindos da coreana Rotem, subsidiária da Hyundai.
Para a segunda fase de operação, deverão chegar mais 15 trens, o que dará mais cerca de US$ 230 milhões em aportes.
Valença conta que os trens da linha 4 serão os primeiros no país com tecnologia “driveless”, sem condutor, o que permitirá um intervalo entre as composições de até 75 segundos. Além disso, todas as estações terão portas de vidro nas plataformas, que só abrirão quando o trem estiver parado, aumentando a segurança.
Está em andamento também a ampliação da linha 2 (verde) do Metrô, ao custo de R$ 2,2 bilhões. Segundo Portella, três novas estações serão entregues entre dezembro deste ano e março do ano que vem. Na última, de Vila Prudente, está prevista a continuação da via por meio de um metrô leve até o bairro Cidade Tiradentes. O governo estadual está licitando também a construção da linha 5 (lilás), com 11,5 quilômetros, que exigirá investimentos de R$ 5 bilhões até 2012. Ela irá ligar os bairros de Santo Amaro e Chácara Klabin. “O primeiro trecho começa a ser construído no final do mês de julho. Com isso, o Metrô estará tocando obras em três linhas de metrô ao mesmo tempo. Os planos incluem também a linha 6 (laranja), ao custo de R$ 7 bilhões; a linha 15 (branca), por R$ 4 bilhões; e as linhas 17 (ouro) – que irá passar pelo Aeroporto de Congonhas – e 16 (prata), que ligará as zonas Norte e Oeste da capital.
Outra obra ferroviária de grande porte em São Paulo é o Expresso Aeroporto, que deve ficar pronta entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, com investimentos orçados em R$ 1,5 bilhão. “Estamos em processo de licitação. As empresas devem entregar as propostas até o final de julho”, conta o secretário. Será o vencedor quem oferecer a maior outorga. A tarifa do novo trem deverá ser de R$ 35,00. Segundo Portella, passada a licitação, as obras devem começar entre outubro e novembro.
Além da área ferroviária, o governo paulista está tocando obras em 1.192 estradas vicinais. Os investimentos estão previstos em R$ 3,2 bilhões para a recuperação de 12 mil quilômetros de rodovias, mais R$ 1,7 bilhão para pavimentação. Também estão sendo recuperados 310 acessos, com aportes de R$ 1 bilhão.
A secretaria prepara as licitações da duplicação das rodovias Mogi-Bertioga, Tamoios e Oswaldo Cruz, que ligam São Paulo ao Litoral Norte, e da rodovia SP 123 que leva a Campos do Jordão. Esse pacote é estimado pelo governo em mais R$ 4 bilhões. “São todas obras compartilhadas entre o governo do Estado e as concessionárias”, diz Arce.
São Paulo programa também a privatização dos aeroportos de pequeno porte no interior. São 30 aeroportos administrados pelo Estado, que serão divididos em cinco lotes para serem concedidos à iniciativa privada.
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