A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) irá restringir a partir desta segunda-feira (28) o número de passageiros na plataforma da Estação Sé, no Centro da capital paulista, entre 17h30 e 19h. O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, diz que o objetivo é garantir o embarque com conforto – a mudança ocorrerá na plataforma do trem sentido Corinthians/Itaquera.
“É uma operação que visa humanizar o embarque. Chega uma hora que fica um empurra-empurra que constrange as pessoas. Isso é o que mais causa hoje incômodo nos nossos usuários”, afirmou Portella ao G1. Uma pesquisa feita pelo Metrô revela que 74% das pessoas que utilizam o meio de transporte citam o ato de empurrar os outros durante o embarque ou o desembarque dos trens como o mais usual. E 41% o classificam como o que mais incomoda.
De acordo com Portella, apenas 30 passageiros poderão ficar em cada porta de entrada do trem. São 22 ao longo da composição, além de duas entradas de embarque preferencial. Outros grupos de 30 pessoas irão aguardar em outros pontos da estação. “É melhor esperar um pouco em uma zona onde existe conforto e, quando chegar a vez dele, também embarcar com tranquilidade”, diz.
O secretário afirma que a contenção não será feita com barreiras físicas, apenas com orientação dos funcionários e faixas de sinalização. “O fluxo terá que ser direcionado e organizado, de modo que você tenha 30 pessoas a cada passagem”, explica. A chamada Operação “Embarque Melhor” será feita por 15 dias e, depois, avaliada.
Mais de 200 funcionários irão participar da orientação aos passageiros na Estação Sé. O controle de fluxo também acontecerá na Estação Tatuapé da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na plataforma sentido Guaianazes, entre 17h e 19h. De acordo com Portella, o horário de pico da tarde é considerado o mais problemático.
Para o sindicato dos metroviários, com esse novo procedimento a Sé vai precisar de mais funcionários e isso pode prejudicar o funcionamento de outras estações. “Já trabalhamos com um quadro muito reduzido. Seria necessário 30% a 40% a mais de funcionários do que temos hoje”, afirmou Benê Barbosa, diretor de comunicação e imprensa do sindicato. Segundo ele, a categoria conta com cerca de 7.800 funcionários.
O diretor sindical diz que, atualmente, os passageiros se amontoam na região das portas e, quando não conseguem entrar no vagão, fica difícil recuar até a faixa de segurança para esperar outro trem, devido à quantidade de pessoas acumuladas na plataforma. Segundo ele, agentes de segurança da empresa já estão sendo treinados para fazer o trabalho.
Alterações
As mudanças nos embarques começaram a ser implantadas em 14 de setembro, de acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, na Estação Brás da CPTM e do Metrô. No mesmo dia, na Linha 2 (Verde) do Metrô, os usuários que embarcam nas estações Alto do Ipiranga, Santos-Imigrantes e Chácara Klabin com destino à Linha 1 (Azul) foram orientados a fazer a transferência, preferencialmente, na Estação Ana Rosa.
No dia 21 de setembro, na Estação Tucuruvi, os passageiros passaram a embarcar no último vagão de cada trem – a plataforma é isolada na região da última entrada. Os funcionários controlam uma fila para o embarque de, no máximo, 44 passageiros entre 7h e 9h. O objetivo é que os outros vagões estejam livres para o embarque nas próximas estações da Linha 1 (Azul).
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