A Trensurb alcançou índices expressivos na qualidade da manutenção e revisão feita em seus trens. Na área de manutenção, houve um aumento de 45% entre o terceiro semestre de 2008 para o de 2009 no índice de Quilometragem Média entre Falhas, definida pela sigla em inglês MKBF. Isso significa que os trens circularam a média de 3750 km em 2009, contra 2600 km em 2008, diferença de 1150 km a mais sem precisar ser retirado de circulação para manutenção nas oficinas. Segundo o chefe do Setor de Manutenção Leve – Semle, Paulo Roberto Lutkmeier, esse aumento tem um reflexo direto no uso do serviço pela população. “Quanto menor o problema na via menor a interferência para o usuário. Sempre que existe um problema gera custos, por ter que parar a via, deslocar o trem até a oficina e colocar outro no lugar deste que paralisou. Isso gera incomodo ao usuário, e nosso objetivo é prestar um serviço de qualidade com o mínimo de custo”, salienta Lutkmeier.
No Sistema de Gestão Estratégica da Trensurb – SGE, a meta estipulada para que o trem volte à oficina para consertos no Semle é de 2500 km. O setor utiliza uma tabela que vai de 1500 km a 4300 km e, a partir do segundo semestre deste ano, os índices não pararam de subir, chegando a 4300 de MKBF em outubro deste ano. De acordo com Lutkmeier, “o objetivo é de que toda a manutenção esteja voltada a manter em crescimento este índice, porque este é um indicador de confiabilidade, mostrando que o equipamento está saindo da manutenção e voltando depois de uma quilometragem considerável somente para manutenção preventiva, e não corretiva”.
RITMO ACELERADO – O Setor da Oficina – Seofi superou a expectativa na Revisão Geral que é feita em cada trem após 600 mil km, quando são desmontados por completo. Neste ano, o Setor atingiu a marca de seis veículos, contra três do ano de 2008. O chefe do Seofi, Bruno Priori, afirma que as modificações feitas no setor vão somar com o novo momento da empresa. “A partir de um novo planejamento foi possível aumentar os serviços da oficina, programando item por item. Todo esse trabalho é imprescindível para a extensão da Linha 1, pois em setembro de 2010 quando inaugurarmos mais duas estações, isso vai demandar mais trens na operação”, explica Priori.
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Nesse processo de aprimoramento do trabalho, o Seofi implantou em 2009 o sistema de Freio Microprocessado em oito trens, de acionamento eletrônico, sendo anteriormente somente pneumático. O freio microprocessado permite ao trem um tempo de frenagem menor e com maior eficiência, diminuindo o desgaste de material, como rodas, por exemplo, e favorecendo o tempo na via por enviar o sinal mais rápido ao freio, que antes demorava de três a quatro segundos para ser acionado, além de controlar o bloqueio das rodas através do sistema de ABS. O tempo total de implantação do Freio pelo Seofi, da entrada à entrega para a operação, fica em torno de dez semanas. Atualmente, a empresa possui 13 veículos rodando com o sistema.
O Seofi, a partir da mudança no seu planejamento, ainda conseguiu buscar a meta de equalizar a quilometragem dos truques de todos os trens da empresa, que é um serviço separado da Revisão Geral e deve ser feito a cada 300 mil km. “Sabemos da nossa responsabilidade na oficina pois transportamos pessoas”, alerta Priori.
A Trensurb possui uma frota de 25 trens com 25 anos de uso, composto por quatro composições cada e capacidade para 1080 pessoas. Ao todo são 17 estações distribuídas pelos 38,3 km de via que passam por cinco municípios. Em 2008 foram transportados 47.035.760 pessoas, e essa demanda deverá aumentar em até 30 mil/dia, com a conclusão da obra de extensão de 9,3 km entre São Leopoldo e Novo Hamburgo.
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