Depois de muitos meses de análise e revisão da proposta e seu impacto ambiental, o Ministério de Obras Públicas do Chile deu sinal verde para os estudos de viabilidade para a construção do trem rápido entre Viña Del Mar e Santiago do Chile.
O diretor das Obras Públicas, Sergio Bitar, explica que os antecedentes para o projeto foram avaliados, além de uma série de consultas entre os órgãos estatais.
A relação entre Santiago e Valparaíso (cidade próxima à Viña Del Mar) é vital para o século XXI, pela possibilidade de projeção no Pacífico Sul, a expansão das relações com a Ásia, o aumento das exportações, a revitalização do porto de Valparaíso e o impulso de cidades como Villa Alemana e Quilpué, que agora formam uma aglomeração urbana importante.
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Imperativo
“Na política pública definida para 2020, vemos a ferrovia como imperativo para o Chile, o que significa pensar no cuidado ambiental, na geração de meios de transportes menos poluentes e rápidos. Também nos ajudará a cumprir com as normas internacionais de emissão de carbono por habitante”, afirmou Bitar.
Para Bitar, a rápida construção desta ferrovia terá a tecnologia necessária atual. “Nós vimos a experiência da China, com trens que viajam a 300 km/h. Nossos vizinhos brasileiros estão implementando um projeto que liga as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, com trens mais velozes e indispensáveis”, disse o ministro.
Desafios
Nem tudo é simples sobre a implantação de um serviço nesta categoria, porque levanta verdadeiros desafios para a administração nacional.
“Sempre sonhamos, e é uma estratégia, tornar o Chile um País Plataforma, que olha para a Ásia do Pacífico e o Cone Sul. Neste âmbito, nosso potencial não jaz nos recursos naturais, mas nos serviços, e aqui temos o exemplo da Holanda, que gera alto nível de renda para a Europa pela qualidade de seus serviços. Estes projetos de melhoria do porto, a construção de túneis, ferrovias nos próximos anos para Valparaiso e regiões ao sul, exigem novos modelos de rotas, com curvas de raio menor para permitir a velocidade necessária”, disse o ministro.
Em relação à desconfiança que surge em alguns setores pela concretização deste projeto, devido ao seu longo processo, Sergio Bitar explica: “Os grandes projetos se concretizam após muita maturidade, são importantes e representam uma política de investimento do Estado para o setor ferroviário.” E finaliza: “Pela primeira vez, recebemos uma concessão do projeto de iniciativa privada. Agora, devemos calcular a quantidade necessária de subsídios e financiamento privado. Só então saberemos o que pode ser feito”.
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