A China planeja concorrer às licitações para construir trens de alta velocidade nos Estados Unidos e está avançando na exportação de tecnologia ferroviária para a Europa e América Latina, disse um oficial do governo norte-americano no último sábado (13).
Os chineses construíram 6.500 km de linhas de alta velocidade em seu país, e o presidente Barack Obama emitiu uma promessa em novembro para o presidente chinês, Hu Jintao, para cooperar no desenvolvimento de tecnologia.
“Estamos enumerando empresas relevantes para concorrerem às licitações de alta velocidade nos EUA”, disse em uma coletiva de imprensa o vice-ministro das ferrovias chinesas, Wang Zhiguo.
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Wang não deu detalhes sobre as regiões em que as empresas chinesas concorrerão aos contratos, mas existem sistemas planejados para a Califórnia, Flórida e Illinois. O executivo disse que as estatais chinesas já estão construindo linhas de alta velocidade na Turquia e Venezuela.
Pequim pretende construir, até 2020, uma linha de alta velocidade com 25 mil km de extensão, avaliada em US$ 300 bilhões, projeto o qual estimulará o desenvolvimento econômico e tecnológico chinês. Uma nova conexão ligando o centro de Wuhan à Guangzhou, próximo de Hong Kong, no litoral sul da China, já é considerada a mais rápida do mundo, com trens correndo a 380 kmh.
A China produz TAV com tecnologia francesa, alemã e japonesa. Seus manufatores produziram uma versão caseira dos trens, mas um modelo comercial ainda não está concretizado.
Autoridades ferroviárias chinesas assinaram um memorando com a Califórnia (USA) e Rússia, além de companhias estatais, para concorrerem ao projeto de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com Wang.
Em janeiro deste ano, os Estados Unidos anunciaram um pacote de verbas de US$ 8 bilhões para projetos ferroviários, incluindo os da Califórnia, Flórida e Illinois.
“A China está disposta a compartilhar sua avançada e madura tecnologia com outros países para divulgar o desenvolvimento dos trens de alta velocidade”, disse Wang.
Outros 10 mil km de vias estão em fase de construção, complementou o executivo. Assim que a rede estiver finalizada, a viagem entre Pequim e Hong Kong será de 10 horas, contra as atuais 24 horas.
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