Com a ajuda de um empréstimo feito pelo governo francês, o metrô da Cidade do México foi inaugurado em 1969, quando a cidade tinha cinco milhões de habitantes. Hoje, este é o número de passageiros que a rede transporta por dia. Controlado pelo Sistema de Transporte Coletivo (STC) da Secretaria de Transportes, o metrô é a coluna vertebral do sistema de transporte da capital mexicana. Foi construído para desafogar o tráfego de veículos, que já era caótico na década de 60, quando a região central concentrava 40% do total diário da circulação de toda a cidade e tinha 7.200 unidades de transportes públicos. Das 91 linhas de ônibus, 65 circulavam nesta área. Havia cerca de 150 mil veículos particulares. Nos horários de pico, a velocidade possível era a mesma de uma pessoa caminhando.
Nos seus 40 anos de vida, a rede de metrô expandiu-se, assim como a cidade, que abraçou 41 municípios e cerca de 26 milhões de pessoas (a capital mexicana, o Distrito Federal do país, tem cerca de oito milhões de habitantes). Hoje, o sistema de metrô conta com 11 linhas e 175 estações. Uma de suas linhas atravessa o Distrito Federal até o Estado do México, ao pé da Serra das Cruzes, e foi construída a 35 m da superfície, devido à variação de altitude do lugar. No ano passado, o metrô alcançou 1,5 bilhão de usuários.
O bilhete do metrô mexicano é o mais barato do mundo. Ele custa U$ 0,72 e chega ao usuário por U$ 0,24, graças ao subsídio governamental que, com a medida, quer estender o acesso do transporte à camada mais pobre da população.
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Com o aumento da demanda, o governo do Distrito Federal impulsionou o projeto de construção da linha 12, que depois de aprovado pela Assembleia Local e por uma pesquisa popular, iniciou suas obras em 2008. A primeira etapa de construção da linha deve ser inaugurada ainda neste ano, como parte das comemorações do bicentenário de independência do país. A segunda está prevista para o ano que vem. Com um custo previsto de US$ 1,5 bilhão, terá 24 km de extensão e vai interligar sete bairros, através de 28 trens, e atender a 400 mil usuários por dia.
Segundo Francisco de Souza, diretor de comunicação da STC, essa será a linha mais moderna e equipada da cidade, com total acesso para portadores de deficiências físicas como rampas e elevadores, sistema “wireless” para uso de internet, creche e estrutura reforçada para prevenção contra terremotos, além de braile e ranhuras para portadores de deficiência visual em todos os equipamentos a que eles necessitem ter acesso.
Desde que em 1975 um acidente ocorreu dentro da rede, envolvendo dois trens do metrô, matando 27 pessoas e deixando dezenas de feridos, todos os trens são equipados com caixa preta para registrar incidentes, sistema de piloto automático, postos de comando central e semáforos para controle de velocidade e da posição dos trens em todo o sistema.
O usuário também tem acesso a um cartão magnético recarregável, que pode variar entre R$ 1,40 e R$ 86,00, que lhe permite viajar por toda a rede e utilizar os transportes comutados ao sistema. Com o cartão, planeja-se acabar com o bilhete de papel. Com isso, estima-se que o STC alcance uma economia de US$ 5 milhões.
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