O processo de capitalização de R$ 460 milhões na Invepar , holding de infraestrutura e logística controlada pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, está em curso, apurou o Valor junto a fontes próximas da companhia. A injeção de capital na holding, que administra o metrô do Rio, a Linha Amarela, a rodovia Raposo Tavares e acaba de ganhar a licitação da BA-093, rodovia baiana, em consórcio formado com a Odebrecht, visa encolher a participação societária da Previ dos atuais 83% do capital total para 40% e ampliar as fatias dos demais sócios, que são a empreiteira OAS e os fundos Petros e Funcef. A meta, em futuro próximo, é que os quatro acionistas tenham participações iguais na empresa, da ordem de 25%.
Do total a ser capitalizado pelos minoritários da Invepar, uma empresa ainda de capital fechado, os fundos de pensão vão colocar recursos de cerca de R$ 200 milhões na empresa, sendo R$ 100 milhões para cada um. Caberá à empreiteira baiana OAS aportar R$ 260 milhões na operação de capitalização. A OAS vai injetar agora 20% deste total no caixa da Invepar, ou seja R$ 52 milhões. Depois, irá incorporar os restantes R$ 208 milhões, dos quais uma parcela correspondente a cerca de R$ 60 milhões é referente a uma participação que a OAS detém na CRT (Rio-Teresópolis). A empreiteira está aguardando autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para fazer o negócio, que vai tornar a Invepar acionista da CRT.
O processo de capitalização da Invepar deve terminar em setembro. Após a operação, a Previ vai encolher sua participação no capital total da holding para 40%. A OAS passará a ter 19% e os fundos Petros e Funcef serão donos, cada um, de 20,1% do capital total da holding. O resultado da capitalização é positivo para a Previ, pois começa a enquadrar a fundação nas normas da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), que limita a participação acionária dos fundos de pensão no capital social de uma empresa a 25%. O acordo de acionistas prevê que cada um dos quatro sócios da Invepar deterá 25% da empresa. Isto deverá ocorrer à medida que novas capitalizações sejam feitas pelos sócios minoritários para buscar este equilíbrio.
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Os recursos da capitalização serão destinados a melhorar a situação de caixa da holding. Criada em 2000 pela OAS, a Invepar começou a ganhar corpo a partir de 2007 e durante o ano de 2008, quando passou a ter o desenho societário que tem hoje, após acordo da empreiteira baiana com a Previ e a entrada dos fundos Petros e Funcef na sociedade.
A Invepar está vivendo um momento de expansão de seus negócios e tem meta de abrir capital na Bovespa em três anos. A expectativa dos sócios é que a nova diretoria da Previ, comandada por Ricardo Flores, continue a política de crescimento da holding. Flores pretende priorizar negócios de infraestrutura.
Depois de ganhar a concessão da Raposo Tavares em 2008 e comprar o metrô do Rio por mais de R$ 1 bilhão, em 2009, a Invepar tem planos de participar da licitação da Transolímpica, pela Prefeitura do Rio, que vai ligar a Barra da Tijuca ao subúrbio de Deodoro; de entrar no Rodoanel de São Paulo; e também estuda o projeto do trem bala, que vai ligar o Rio a São Paulo. No mês passado, diretores e técnicos da Previ estiveram no Japão, Coreia e China para visitar empresas e avaliar projetos de trem bala. A entrada da Invepar no negócio vai depender também do custo do investimento.
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