Trem-bala chinês avança pelo mundo

PEQUIM – O Ministério de Assuntos Ferroviários da China anunciou no início do mês o investimento de 700 bilhões de yuans (US$ 103 bilhões) na construção de novas redes ferroviárias de alta velocidade. O objetivo é dispor de 4.613 km adicionais. Ao todo, a China dispõe de 110.000 km de vias férreas, sendo que 14.813 serão de alta velocidade até 2012. Graças a esses investimentos, em dois anos, 42 linhas de trens-bala vão transportar passageiros entre grandes cidade costeiras e cidades médias das províncias que até então não eram servidas por trens modernos. E a China mira o Ocidente. Está, inclusive, de olho no projeto do trem-bala entre Rio e São Paulo.


O desenvolvimento do transporte ferroviário é um dos projetos domésticos mais ambiciosos do governo chinês. Em dezembro 2009, a agência Nova China noticiou a inauguração, com grande pompa, da linha ferroviária mais rápida do mundo, ligando a cidade de Wuhan a Cantão, distantes 1.062 km, em apenas três horas. Para orgulho dos chineses, a inauguração da linha colocou o país na frente dos maiores construtores de trens de alta velocidade – Alemanha, Japão e França. E também justificou a opção do poder público de apostar na rede ferroviária para resolver o problema complexo do transporte de passageiros e de carga num país superpovoado e de dimensões continentais.


Como de hábito, as autoridades chinesas apelaram para a tecnologia ocidental, propondo associações com os conglomerados europeus e americanos do setor. O trem-bala chinês – ou CRH (China Rail Highspeed), como é conhecido – resulta da cooperação do Ministério dos Assuntos Ferroviários com multinacionais como a alemã Siemens, a francesa Alstom, a canadense Bombardier e a japonesa Kawasaki.


Da transferência de tecnologia dos quatro países surgiu o CRH, cujos testes começaram em 2000 para terminar em 2008. Nas vésperas dos Jogos Olímpicos, o primeiro trem CRH 3 percorreu a 321 km/h o trajeto que liga a cidade costeira de Tianjin a Pequim. Na realidade, a locomotiva do CRH 3, da Siemens, é capaz de atingir a velocidade de 391 km/h mas por prudência – ou para não ferir os brios dos sócios ocidentais – os chineses decidiram limitar a velocidade máxima em 350 km/h.


A notícia que deixou as autoridades do setor mais eufóricas é a possibilidade de antecipar o lançamento da linha Pequim-Xangai, um sonho ferroviário tão antigo quanto o trem-bala ligando Rio e São Paulo. Segundo cálculo dos engenheiros chineses, a linha só ficaria pronta em 2012. Mas, em março, as declarações de Wang Zhiguo, vice-ministro de Assuntos Ferroviários, confirmaram que o trem-bala Pequim-Xangai pode estar operando no início de 2011. Assim, as duas maiores cidades da China, separadas por dez horas de trajeto em transporte ferroviário normal, ficarão a uma distância de quatro horas. E, pela primeira vez, desde o lançamento de trens rápidos, a velocidade autorizada será de 380 km/h.


O sucesso do empreendimento levou o ministério a modificar sua estratégia e a ter planos ainda mais ambiciosos. A palavra de ordem no ministério passou a ser: exportação. A China pretende se transformar, nos próximos 10 anos no maior exportador mundial da tecnologia do trem de alta velocidade. No ano passado, por exemplo, o ministério negociou com Brasil, Turquia, Venezuela, Arábia Saudita, Rússia, México, Polônia, Índia e Austrália. Alguns contratos já estão em fase de conclusão, outros ainda em negociação, entre os quais o fornecimento de 13 linhas para os Estados Unidos (Tampa-Orlando, Nova York-Buffalo, Los Angeles-São Francisco e Chicago-Detroit). Na Ásia, a China tem projetos para ligar a cidade de Kunming (no Sudoeste do país) com Cingapura ou fazer a travessia do Vietnã até a Birmânia.


Estes projetos na área doméstica e externa só são viáveis porque o setor é extremamente centralizado, dependendo diretamente de dois órgãos marcados por um nacionalismo radical: o Partido Comunista Chinês e o Exército de Libertação Nacional. Ambos conseguiram obter dos sócios europeus o volume suficiente de transferência de tecnologia para que a China se tornasse auto-suficiente e, em menos de dez anos, dona e exportadora de sua própria tecnologia.

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