Foi uma reunião diferente. Ricardo Flores, presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), assumiu na quarta-feira da semana passada a presidência do conselho da Vale mostrando-se muito à vontade no novo cargo. Flores comandou a reunião do começo ao fim e solicitou à diretoria administrativa que acrescentasse à agenda da próxima reunião do conselho três apresentações sobre o funcionamento da companhia.
A primeira é uma exposição sobre a governança da mineradora; a segunda, uma apresentação sobre a área de controle compartilhado que envolve tudo que é compra e controle contábil da empresa, a cargo da diretora-executiva Carla Grasso; e a terceira, sobre o acompanhamento dos projetos de investimento. São temas delicados nos últimos tempos para a companhia, como mostrou o Valor na edição do dia 5 de novembro sobre os bastidores da mineradora.
A posse de Flores no cargo antes ocupado por Sergio Rosa representou uma mudança na relação entre os acionistas e a diretoria-executiva da companhia. Pela primeira vez em anos, toda a diretoria, sob o comando do presidente-executivo Roger Agnelli, compareceu à reunião do conselho de administração.
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Após um discurso formal próprio para essas ocasiões, em que Flores disse ser uma honra assumir o comando do conselho da mineradora, da qual a Previ é a maior acionista, Sergio Rosa se manifestou em comunicação viva-voz agradecendo aos conselheiros e diretores que estiveram com ele durante seus quase quatro mandatos, de dois anos cada um. Rosa assumiu o cargo em 2003 e antecipou sua saída em cinco meses. Por essa razão, Flores assume o conselho num mandato tampão que vai até abril de 2011. Sua manutenção na presidência do conselho vai depender de decisão de uma assembleia de acionistas da Vale.
Depois de ouvir Flores e Rosa, Agnelli apresentou os resultados da empresa e foram aprovados dois grandes projetos de mineração, de Simandhou, na Guiné, e de Serra Sul, em Carajás.
Após a reunião, Ricardo Flores foi homenageado com um almoço na sede da companhia, ao qual compareceram acionistas, diretores-executivos e diretores de segundo escalão, muitos dos quais tiveram pela primeira vez contato direto com os representantes dos acionistas. O clima descontraído foi interpretado como um bom começo no convívio entre o novo presidente do conselho e a direção da gigante da mineração.
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