Eram 20h e um trem do metrô passava vazio. “São para os funcionários. Podia muito bem pegar os passageiros”, ressalta a dona de casa Natalina Cavalcanti. Nessa quinta-feira (17) foi mais um dia de trens cheios. “De manhã é um empurra-empurra, hoje mesmo eu vi duas pessoas passando mal”, fala um homem.
As paradas de ônibus estavam lotadas e trânsito ruim. “Já tem cinquenta minutos que estou aguardando um ônibus e com uma chuva dessa piora ainda mais o trânsito”, diz o autônomo Divino Soares Souza.
A principal preocupação continuava sendo em como chegar em casa o menos tarde possível. Mas a concorrência estava difícil. “O tempo de espera [cinquenta minutos no mínimo] está a mesma coisa, do metrô e do ônibus. Gastava meia hora para chegar em casa, agora vai ser uma hora e meia”, diz um homem.
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No quarto dia de greve, os passageiros já estavam cansados de esperar metrô, ônibus ou uma decisão dos grevistas e do governo. “Está difícil pegar o metrô, demorando demais. Está um incomodo”, fala um homem. “Quem mais sofre é o usuário do metrô e dos ônibus”, completa um rapaz.
Sob o comando do Ministério Público do Trabalho, a direção do metrô e o sindicato dos trabalhadores recomeçaram nessa quinta-feira (17) a negociação do acordo coletivo. Nesse primeiro dia, chegaram a uma proposta comum em 15 das 70 reivindicações, que vão continuar sendo discutidas até o fim do mês.
Mesmo com poucos avanços, os metroviários tiveram a garantia de que não vão perder benefícios do acordo atual. Eram quase 23h, quando eles votaram na assembleia a suspensão da greve, pelo menos até o dia 30. “Com o retorno das negociações e com a garantia da realização do concurso público, a tendência é que até o fim do mês a gente possa progredir e chegar a um resultado satisfatório”, explica o coordenador-geral do Sindmetrô Israel Almeida Pereira.
No dia 30, os metroviários fazem nova assembleia e às 09h30 de hoje, vai ter mais uma reunião no Ministério Público do Trabalho.
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