O grupo Randon fechou 2010 com produção recorde de 989 vagões, volume 191% superior ao fabricado em 2009 – 340 vagões. A produção é um marco do grupo, tradicional fabricante de implementos rodoviários, que entrou para o mercado ferroviário em 2005 e hoje representa 30% do mercado nacional de vagões.
O grupo Randon apresentou seus resultados financeiros na quarta-feira (16/03), durante coletiva de imprensa em Porto Alegre (RS). O grupo finalizou 2010 com receita bruta total de R$ 5,6 bilhões, com crescimento de 51% em relação a 2009. A receita líquida foi de R$ 3,7 bilhões. A produção de vagões representou 9,4% da receita líquida do grupo no segmento de veículos e implementos.
Para 2011, a Randon pretende manter o volume de produção de vagões e não prevê investimentos específicos para o setor. Os R$ 270 milhões projetados para investimentos neste ano englobam expansão do pátio fabril e recuperação de ativos, entre outros. A empresa projeta manter o mesmo patamar e estima ter receita bruta total de R$ 5,9 bilhões e receita líquida de R$ 3,9 bilhões.
No momento, o grupo descarta abrir uma fábrica exclusiva para vagões. “Nós vimos que a única viabilidade neste momento é produzir na própria fábrica de implementos, por que esse é um produto (vagão) de sazonalidade muito grande. Como são só três clientes, já tivemos períodos sem produzir nenhum vagão. Imagina montarmos agora uma fábrica só dessa unidade e em um ano os clientes desistirem, conversam entre si e dizem que vão investir em outra coisa. O risco é muito grande”, explica o diretor-presidente da Randon, David Abramo Randon.
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Apesar do bom desempenho ferroviário, o grupo está cauteloso. David Randon explica que serão mantidos os projetos iniciados no ano passado, como os testes com uso de truques soldados, e acredita na retomada do setor. “O setor ferroviário do Brasil não tem mais volta. Ele é algo que está no plano de governo, que já pensa nos próximos 15 ou 20 anos. Nós acreditamos que isso não tem mais volta. O Brasil está muito estrangulado no aspecto da logística e na área de eficiência. O (transporte) intermodal ou multimodal vai ter que existir no Brasil de qualquer forma, até pelo próprio tamanho do País. E o governo está bem consciente disso”.
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