Se você pensa que o desprezo pelas ferrovias é uma mazela exclusiva do Brasil, engana-se. O mesmo problema ocorre com a Argentina. Um editorial publicado esta semana pelo principal jornal do país, o Clarín, mostra que a situação está beirando o caos em termos de segurança e logística. E reforça a necessidade das autoridades abrirem os olhos e cuidarem melhor deste modal.
Na Argentina, segundo o editorial, a privatização da malha ferroviária não resultou na melhoria do sistema e os acidentes se tornam comuns. No município portenho de São Miguel, por exemplo, uma tragédia ocorrida em 16 de fevereiro tirou a vida de quatro pessoas e deixou outras 70 feridas.
O Clarín aponta que os problemas se arrastam pelas últimas administrações de Nestor Kirchner e sua esposa, Cristina, a atual presidente do país. Sindicalistas são acusados pela publicação de comandar as ferrovias e não dar o devido valor a elas, tratando-as como meros instrumentos de barganha política.
Aqui no Brasil, os acidentes envolvendo composições das empresas concessionárias da rede ferroviária também são rotineiros. O processo de privatização conduzido nos anos 90 – mesmo período que o da Argentina – foi criticado no ano passado pelo presidente Lula.
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