“Brasil está pelo menos 15 anos atrasado”

Enquanto no Brasil ainda é preciso convencer os empresários a migrarem de um modal poluente para outro mais ecoeficiente, na Europa e no Japão a troca modal já é passado, o tema central das discussões sobre sustentabilidade no transporte de cargas está voltada às inovações tecnológicas.


“O Brasil está pelo menos 15 anos atrasado quando assunto é sustentabilidade no setor de transporte de cargas. Muito se fala do assunto, mas nem sempre com propriedade. É preciso rever, o quanto antes, os processos para que possamos pensar em ter portos, verdadeiramente, sustentáveis”.


A conclusão, do vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e  Multimodal – CBC e professor de Gestão Portuária e Terminais do Curso de Logística Portuária da Unisanta, Washington Soares, tem como base sua experiência profissional e acadêmica e, em especial, as informações colhidas durante sua participação em uma das principais conferências mundiais sobre Produção, Operações, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística, o POMS 2011 (Production and Operatations Management World Conference), que aconteceu no início deste mês em Nevada, nos EUA.


Segundo Soares, quando o assunto é transporte de cargas, a realidade internacional está muito diferente da nossa. Enquanto no Brasil ainda é preciso convencer os empresários a migrarem de um modal poluente para outro mais ecoeficiente, que lance menos CO2 na atmosfera, na Europa e Japão a troca modal (modal shift) já é passado.  “O tema central das discussões sobre sustentabilidade no deslocamento de cargas hoje está voltado às inovações tecnológicas, mudanças de processos, por exemplo, como fazer que modais poucos poluentes, como as ferrovias, sejam ainda mais eficientes”.


De acordo com o vice da CBC, que é pesquisador de políticas sustentáveis e modais ecoeficientes, no evento foram apresentadas perspectivas, inclusive, do uso de locomotivas híbridas e para o aproveitamento da energia gerada por vagões. “Esta é a realidade nos países que investem e se preocupam com sustentabilidade. Em contrapartida, no Brasil – e até mesmo no porto de Santos, maior da América Latina – somos obrigados a conviver com descaso, falta de investimentos e de incentivos fiscais e a já conhecida cultura rodoviarista. É preciso fomentar a multimodalidade através das ferrovias e também da cabotagem para se ter mais ecoeficiência no transporte de volumes”, defende.


No POMS, Soares participou do painel “Ética e Operações Sustentáveis” e fez três palestras em parceria com o também professor e pesquisador Getúlio Akabane. As apresentações tiveram como base o estudo de caso dos testes de multimodalidade com modal shift desenvolvido pela empresa Itri – Rodoferrovia, de Santos (SP), para uma das maiores fabricantes mundiais de veículos. “Empresas inovadoras como a Toyota investem em modal shift. Quando a Itri propôs a troca modal à montadora desenvolveu uma solução baseada em um padrão global, porém, adaptado para a realidade do Brasil. O que precisamos é inserir no empresário a filosofia de escolha do modal mais ecoeficiente, a análise do transporte e do modal a ser utilizado, o que não ocorre hoje, ou seja, criar a melhor estratégia para uma transferência eficiente de cargas para obter um modelo de transporte sustentável”, defende.


Soares explica que, a ecoeficiência – tema tão debatido internacionalmente – é um conceito de sustentabilidade criado em 2009 pelo World Business Council of Sustainable Development – WBCSD, um conselho que reúne cerca de 200 empresas que tratam exclusivamente de desenvolvimento sustentável, oriundas de 30 países diferentes e 20 grandes setores industriais. “A ecoeficiência é uma filosofia de gestão que incentiva as organizações e cadeias de suprimento a procurar e investir em melhorias ambientais que gerem, paralelamente, benefícios às empresas, para que se tornem mais responsáveis no aspecto ambiental, econômico e social, a partir de inovação, gerando crescimento e competitividade”.


Em 2011, o Brasil foi o segundo país com maior número de pesquisadores inscritos no POMS. Com isso, o País superou países como Reino Unido, Canadá, China, Índia e Alemanha.

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Fonte: Interlogística

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