A ALL (América Latina Logística) reconheceu que o trecho abandonado de Cajati-Santos (SP) oferece atratividade para voltar a operar. A companhia aguarda a licença do Ibama para definir como irá recuperar o trecho.
Pedro Almeida, diretor de relações institucionais da ALL, admitiu que o custo de recuperação do ramal será maior devido ao abandono. O valor não está definido.
O diretor ressaltou, entretanto, que o trecho já havia sido abandonado pela Brasil Ferrovias, a companhia incorporada pela ALL em 2006. A meta agora é reativar o trecho a partir do transporte de produtos de construção, como calcário e areia, além de fosfato.
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Almeida disse que a companhia tem feito um esforço para reativar trechos em São Paulo e no Rio Grande do Sul, alguns deles com algum nível de ociosidade.
“Temos recuperado alguns ramais, como o trecho Bauru/Tupã ou o Pradópolis/Barretos, em São Paulo, e outros no Rio Grande do Sul, onde já ampliamos o transporte em quatro vezes”, diz Almeida.
Segundo ele, a ALL já investiu R$ 6,7 bilhões na recuperação e na modernização da malha e tem planos para novos investimentos, como o prolongamento da malha norte até Rondonópolis (MT) e a duplicação do trecho Campinas-Santos.
O setor
O diretor-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), Rodrigo Vilaça, afirmou que as concessionárias já investiram R$ 30 bilhões no setor. Ele teme que mudanças como a instituição da “malha aberta”, a partir da qual as estradas de ferro ficam livres para qualquer operador, afetem o equilíbrio econômico-financeiro das concessões e representem quebra de contrato.
O setor aceita discutir a reativação de trechos, mas não admite perder a prerrogativa de operar a malha sob concessão. Diante da ameaça, a ANTF já fala em buscar a Justiça. A mudança adiante promete mexer o setor.
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